Com quase 15% dos casos globais de covid, Pazuello diz que Brasil tem “estabilidade”
Contaminados no país ultrapassam 4,4 milhões e mortos, 134 mil; Rodrigo Maia testa positivo para a doença
O Brasil chegou ao registro de 4.419.083 pessoas contaminadas pela covid-19. Mesmo com menos de 3% da população mundial, o país tem quase 15% dos infectados do planeta. Apesar disso, o recém efetivado ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta (16) considerar que a estabilidade da epidemia no Brasil está “bem definida”.
Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o número de casos confirmados somente nas 24 horas desde terça-feira foi de 36.820. Durante sua cerimônia de posse, Pazuello afirmou que no Norte e no Nordeste os números estão em “total declínio” e no centro-sul ” a tendência de queda é clara”. Para ele são sinais “claros e positivos de que todo o nosso trabalho e empenho está surtindo o efeito esperado.”
Na contabilização de óbitos, o Brasil também responde por mais de 14% dos registros globais. Os dados oficiais mais recentes indicam a morte de 134.106 pessoas em território nacional. O registro em um dia foi de 987 pessoas. O país é o oitavo na lista de mortes a cada um milhão de habitantes. Está a frente, por exemplo, dos Estados Unidos, nação que contabiliza o maior número absoluto de casos fatais do mundo.
Nas últimas semanas o país vem apresentando menor velocidade no avanço da pandemia. No entanto, a trajetória de queda no ritmo de contágio ainda não se fixou em níveis considerados de queda. Segundo os relatórios do Imperial College de Londres esse índice vem variando nos períodos mais recentes e está em patamar de crescimento lento.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também falou na cerimônia. Ele voltou a defender a cloroquina, medicamento que não tem eficácia comprovada contra a covid-19. Sem citar nomes, Bolsonaro fez críticas aos ex-ministros da pasta da saúde, que não apoiaram totalmente o uso sa substância. Para o presidente, os médicos que escolheram usar o remédio “ousaram” no tratamento de pacientes com coronavírus.
Ele aproveitou o discurso para defender também o retorno das aulas presenciais, “Somo o país como o maior número de dias (de) lockdown nas escolas. Isso é um absurdo”. Pesquisas e dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) indicam que a população jovem é a maior responsável pela propagação da doença no continente americano, embora não seja a que mais apresenta sintomas graves da covid-19.
Rodrigo Maia infectado
Nesta quarta-feira (16), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) confirmou que está infectado pela covid-19. Segundo a assessoria de Maia “ele manifestou sintomas brandos da doença” e ficará em isolamento nos próximos dias.
Rodrigo Maia é a quinta pessoa que participou da posso do presidente do Supremo Tribunal Federal Luiz Fuz a confirmar que pegou a doença. Além dele e do próprio Fux, também estão contaminados a ministra Maria Cristina Peduzzi, (Tribunal Superior do Trabalho) e os ministros Antonio Saldanha Palheiro e Luís Felipe Salomão (Superior Tribunal de Justiça).
O que é o novo coronavírus?
Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.