Conatee condena Bolsonaro e conclama à unidade

Teve início nesta sexta-feira, 23, o 10º Congresso da Contee com um ato repleto de críticas à política genocida, antipovo e antinação do Governo Bolsonaro e de defesa de ampla unidade para enfrentar a ultradireita: “Nossa resistência é de luta, de rua, de rede em defesa do Brasil, da educação, da democracia e dos direitos dos trabalhadores”, declarou o coordenador-geral, Gilson Reis, na abertura. Após a cerimônia, houve o debate sobre a análise de conjuntura nacional e internacional apresentada pela diretoria executiva.

A jornalista Táscia de Souza, que apresentou a mesa de abertura, destacou que este encontro é histórico, “por ser realizado quando se completam 30 anos do primeiro Conatee, realizado em Guarapari (ES), por ser o primeiro virtual e num momento histórico dramático para o país, agravado pela pandemia”. Mais de 270 delegados já estão inscritos, e o credenciamento termina às 10 horas deste sábado, 24. Participam 73 entidades de todo o país, representando 1 milhão e 200 mil trabalhadores em estabelecimentos da rede privada de ensino. Houve apresentação do Hino Nacional e exibição de um vídeo expressando luto pelas vítimas do coronavírus, destacando os profissionais do ensino.

Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) falou aos congressistas do “alto índice de desemprego e as dificuldades no trabalho que estamos vivendo”, e conclamou ao fortalecimento do Fórum Nacional Popular de Educação.

Bruna Brelaz, recém-eleita presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), lembrou que “lutamos pela defesa e proteção do orçamento educacional, mas em 2020 o Ministério da Educação devolveu recursos que poderiam ser destinados à retomada às aulas. Vivemos momentos de grandes desafios, é necessária a reconstrução do Brasil”.

Delaíde Arantes, juíza do Tribunal Superior do Trabalho (TRT), lembrou com orgulho de ter sido assessora jurídica da Contee até 2010, e destacou “a importância desta entidade e do movimento sindical na defesa intransigente da democracia, da cidadania, da educação com qualidade, dos trabalhadores do setor. Sou testemunha da atuação dedicada, séria e permanente da Contee”.

Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), deplorou a existência “de quase 22 milhões de desempregados e quase 80 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho. Durante a pandemia, devido à ação criminosa de Bolsonaro, 520 mil empresas foram fechadas; o país acumulou meio milhão de mortos pela covid e são sucessivos os escândalos de corrupção. Com Bolsonaro não dá mais!”

Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), enviou saudação em vídeo afirmando ser este “o pior momento da história da classe trabalhadora brasileira, com um verdadeiro genocídio causado pelo Governo Bolsonaro”.

Fernando Rodal, presidente da Confederação dos Educadores Americanos (CEA), testemunhou a participação da Contee “na luta conjunta na América Latina. A unidade é fundamental para criar a consciência dos trabalhadores”.

Hugo Yasky, presidente da Internacional da Educação da América Latina (IEAL), denunciou que “governantes como Bolsonaro são responsáveis pelas mortes durante a pandemia. Lembramos neste ano o centenário de Paulo Freire, educador que lutou por melhores dias para os povos oprimidos, um exemplo para todos os trabalhadores em educação”.

Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), pontuou que “a educação é investimento, não é gasto.  Lutamos por vida, pão, vacina e educação, pelo direito de estudar!”

Francisco Wellington Duarte, vice-presidente da Proifes – Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, declarou que “estamos trabalhando juntos na defesa da democracia e da nação”.

Gilson destacou, em sua fala, que os participantes do Conatee “estão ajudando a pensar o Brasil, a mudar o Brasil, a livrar o Brasil desse governo genocida. Enviamos uma saudação especial a Cuba, que resiste em defesa de sua soberania e do socialismo”.

Os trabalhos tiveram início com a leitura e aprovação do Regimento Interno e do Regimento Eleitoral da direção da entidade e formação da comissão que cuidará do pleito. Em seguida, foi formada mesa pelos diretores Valdir Kinn, Clotilde Petta e Guilhermina Rocha que apresentaram a proposta de resolução e coordenaram o debate sobre a conjuntura política e o plano de lutas.

Programação de sábado

8h30 às 11h30: Balanço de gestão, prestação de contas, sustentação financeira e plano de lutas.

10h às 11h: Credenciamento dos suplentes dos delegados que não se credenciarem.

11h30 às 13h30: Conjuntura Educacional.

13h30: Encerramento dos trabalhos do período da manhã.

14h30 às 18h30: Organização, relações sindicais e Direito do Trabalho.

16h às 18h: Registro da(s) chapa(s).

18h30: A Comissão Eleitoral divulgará a(s) chapa(s) inscrita(s), com o número que receberam no ato da inscrição e a indicação dos respectivos candidatos.

19h30: Término para apresentação de impugnação.

Carlos Pompe

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