Condutas ilegais de Moro e Dallagnol transparecem nas mensagens obtidas por Lula

A turma da Lava Jato tentou por todos os meios e artifícios impedir que advogados de Lula tivessem acesso a mensagens comprometedoras para os comandantes da força tarefa, mas não conseguiu convencer o STF a cercear o trabalho da defesa. Agora vai ficando claro a razão das tentativas desesperadas de manter sigilo e evitar que a verdade venha à tona.

Diálogos obtidos pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após liberação do Supremo Tribunal Federal, apontaram que Sérgio Moro, na condição de juiz da Lava Jato, feriu a equidistância entre quem julga e quem acusa. O teor das conversas foi publicado por Veja.

As mensagens foram obtidas no âmbito da Operação Spoofing, responsável por investigar o acesso a celulares dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Em uma das mensagens, trocadas em 16 de fevereiro de 2016 e incluída pela defesa de Lula na ação, o então magistrado pergunta se os procuradores têm uma “denúncia sólida o suficiente”. Em seguida, o então coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, informa a ele linhas gerais do que os procuradores pretendiam apresentar contra Lula.

Em novas conversas, entre 28 de novembro e 1º de dezembro de 2015, Dallagnol cita uma reunião com “os suíços, que vêm pra cá pedindo extremo sigilo quanto à visita”.

Após o procurador prestar informações sobre contas da Odebrecht no exterior, o então juiz pergunta se o beneficiário dos repasses delas seria “JS”, uma referência ao marqueteiro João Santana, responsável por campanhas presidenciais do PT, preso em fevereiro de 2016.

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O procurador responde que sim e informa o nome de uma suposta conta no exterior usada pelo marqueteiro para receber pagamentos da empreiteira, a “shellbill”.

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Cautela com Leo Pinheiro, da OAS

De acordo com as mensagens obtidas pela defesa de Lula, Dallagnol pede a Moro que limite o depoimento do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, aos fatos pelos quais ele era acusado em uma ação penal.

O objetivo do procurador era não permitir que o empresário ampliasse os relatos em busca de benefícios penais sem ser delator.

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Celulares, Suíça e Estados Unidos

Em 18 de outubro de 2016, um dia antes da prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), Dallagnol tentava combinar um horário para encontrar Moro e falar com o então magistrado “sobre apreensão dos celulares”.

O procurador também citou reuniões com representantes suíços e americanos para “discutir e negociar percentuais da divisão do dinheiro”.

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Em 29 de agosto de 2017, o procurador e o juiz conversaram sobre uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a matéria, publicada dois dias antes, o advogado Rodrigo Tacla Durán, apontado por investigadores como operador de propinas da Odebrecht, acusava um amigo de Moro de intermediar acordos de delação premiada.

Com as revelações, Lula havia pedido a oitiva de Tacla Durán no processo em que o ex-presidente é réu acusado de receber propina da Odebrecht por meio de um terreno que abrigaria o Instituto Lula e de uma cobertura vizinha à dele em São Bernardo do Campo (SP).

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Moro orienta Dallagnol sobre sistemas da Odebrecht

Em agosto de 2017, o então juiz diz que seriam necessárias perícias da Polícia Federal e laudos específicos. “Do contrário, vai ser difícil usar”.

Lava Jato a serviço do imperialismo

O ex-presidente Lula já chegou à conclusão de que a Lava Jato serviu os interesses geopolíticos dos EUA. “Os Estados Unidos estavam preocupados com a linha e o procedimento de uma certa independência, de uma certa aliança com a China, Índia e Rússia”, analisou. “A Lava Jato construiu benefícios para os Estados Unidos e prejuízos para o povo brasileiro”, complementou.

Lula afirma que tem certeza da influência dos Estados Unidos no golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Brian Mier para um documentário no canal Redfish.

Para Lula, os norte-americanos se preocuparam com a proximidade das relações do Brasil com a Índia, China e Rússia durante os governos petistas. Como instrumento estadunidense, a Lava Jato, segundo o ex-presidente, agiu para beneficiar os EUA e destruir o Brasil.

É uma pena que ele tenha chegado tardiamente a esta constatação. Quando ficou claro, em 2013, que a presidenta Dilma Rousseff estava sendo espionada por agentes da inteligência dos EUA, o governo do PT não teve uma reação à altura. À época, o Planalto tratou as novas revelações do site WikiLeak (envolvendo também ministros, assessores, a Petrobras e a Odebrecht) como “caso superado“.

Lula e Dilma subestimaram o significado da arapongagem imperialista e fecharam os olhos para o golpe de Estado que já estava sendo urdido em Washington com amplo apoio interno do empresariado, de um Parlamento dominado pela direita e o respaldo do Poder Judiciário. A leniência do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, com as ilegalidades do ex-juiz Sergio Moro (hoje funcionário de uma multinacional estadunidense) e a Lava Jato temperou a negligência e a ingenuidade política revelada pelos líderes petistas.

Com informações do 247

Do Portal CTB

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