Congresso da Fitee reforça unidade entre educadores públicos e privados e elege nova direção com maioria feminina

Com participação de cerca de 100 delegados, encontro reafirma compromisso com a valorização da categoria e avança na paridade de gênero

A Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (FITEE) realizou, entre os dias 27 e 28 de junho de 2025, seu congresso eleitoral, no auditório do Sindiupes, em Vitória (ES). Com o tema “Educadores públicos e privados: a união favorece a valorização”, o congresso reuniu aproximadamente 100 delegados e foi marcado por intensos debates políticos, análises de conjuntura e avanços democráticos dentro da própria estrutura da Federação.

O presidente da FITEE, professor Adelmo Rodrigues de Oliveira, foi reconduzido à presidência para um novo mandato de quatro anos, que se estenderá de 31 de julho de 2025 até 30 de julho de 2029.

“Realizamos um congresso dinâmico, com boa participação e foco político. Tivemos uma discussão de altíssimo nível, com intervenções que ajudaram a refletir o papel do nosso movimento sindical no atual cenário nacional e internacional”, avaliou Adelmo.

Conjuntura e debate político

A programação contou com análises de conjuntura nacional e educacional, que fundamentaram os debates entre os delegados. A dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, apresentou uma leitura aprofundada dos desafios da educação pública no Brasil.

Em seguida, o assessor jurídico da Contee, José Geraldo Santana, trouxe ao debate dados revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre o mundo do trabalho e a realidade dos profissionais da educação. Com base na pesquisa, Santana sinalizou que o Brasil vive hoje um paradoxo: apesar da menor taxa de desemprego da série histórica, mais de 40 milhões de brasileiros estão na informalidade, sem qualquer direito garantido.

Ele destacou que esse cenário exige uma mudança de postura das entidades representativas:

“Precisamos que os sindicatos sejam mais inclusivos, que representem não só os empregados formais, mas todas as modalidades de contrato de trabalho”, afirmou.

Ao abordar a situação do ensino privado, chamou a atenção para a precarização da carreira docente. De acordo com Santana, nos últimos dez anos, enquanto o número de matrículas no ensino superior cresceu 45%, o número de professores caiu 26%.

“Isso mostra um sucateamento profundo da profissão. Precisamos tomar medidas urgentes para reverter essa tendência”, alertou.

Reprodução/Fitee

Vitória da paridade de gênero

Um dos principais avanços celebrados no congresso foi a composição da nova direção plena da Federação, que agora conta com 52% de mulheres.

“No último congresso, tínhamos cerca de um terço de mulheres na direção. Trabalhamos durante esses quatro anos com o objetivo de ampliar essa participação, principalmente incentivando os sindicatos filiados a promoverem mais mulheres para o protagonismo político-sindical. Esse resultado é uma vitória imensa para todos nós”, comemorou o presidente da FITEE.

A Contee, parceira histórica da FITEE, saudou a realização do congresso e reforçou a importância da articulação entre educadores da rede pública e privada para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho, valorização profissional e defesa da educação como direito social.

Por Romênia Mariani

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
666filmizle.xyz