Contee apoia manifestação nacional de professores portugueses contra política de ataques à educação e à classe trabalhadora
Professores e professoras portugueses farão uma manifestação nacional em Lisboa no próximo dia 26 de janeiro em protesto contra o aumento do horário de trabalho da categoria, o desemprego, o roubo dos salários, o corte ilegal dos subsídios, a municipalização do ensino e a privatização da educação. Essa é mais uma batalha da luta dos trabalhadores e trabalhadoras da educação em Portugal, que já havia sido relatada pela Federação Nacional dos Professores de Portugal (Fenprof) em nota enviada à Contee durante o 8º Conatee, entre o fim de agosto e o início de setembro.
Na ocasião, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, informou que “os patrões, na ânsia de manterem os seus lucros, tentam aumentar o horário de trabalho dos docentes, desrespeitam normas das leis laborais para agravarem as condições de trabalho nos colégios, impõem reduções salariais e provocam despedimentos coletivos que atingem docentes efetivos com muitos anos de trabalho”.
Ainda no primeiro semestre do ano passado, em entrevista exclusiva à Revista Conteúdo, da Contee, o secretário-geral da Fenprof também denunciara que o processo de mercantilização da educação, que afeta o Brasil, é um problema mundial que atinge também as escolas portuguesas e que pretende transformar um bem social – a educação – num produto de mercado que, nas palavras dele, “enche o bolso dos produtores e, ao mesmo tempo, reproduz o status quo social, as desigualdades e as injustiças sociais”.
Diante de um quadro de crise econômica mundial, que, segundo Mário Nogueira, vitimou ainda mais a educação portuguesa – com cortes orçamentais que chegaram a 2,3 milhões de euros, baixíssimo investimento do PIB na educação (apenas 3,8%) e privatizações, fragilização dos serviços públicos e desvalorização dos profissionais –, os trabalhadores e trabalhadoras fizeram uma greve geral de 24 horas em novembro passado, simultânea à realizada em outros países da Europa. Agora, os docentes vão se reunir numa ampla mobilização na Praça Marquês de Pombal, na capital do país, para dar um basta na situação e exigir outra política e outro governo.
A concentração do movimento, cujo mote é o fato de a educação pública e a profissão não aguentarem mais ataques, está marcada para as 15h do dia 26 e conta mais uma vez com a solidariedade da Contee, que novamente vez reforça o apoio à entidade coirmã e faz um apelo para que o enfrentamento da crise financeira mundial não continue a vitimar os trabalhadores, em especial do setor educacional, estratégico para o desenvolvimento soberano das Nações.
Congresso
No início de maio, a Fenprof promove o 11º congresso da Entidade, que reunirá 647 delegados (além de dezenas de convidados) e terá como lema “Afirmar a Escola Pública. Valorizar os Professores. Dar futuro ao país”. Uma etapa preparatória do encontro será realizada entre 1º de março e 23 de abril.
A Contee participou do 10º Congresso da Fenprof e tem se solidarizado com todas as lutas desenvolvidas pela federação portuguesa. Além disso, a Contee tem proposta, conforme seu plano de lutas, de participar ativamente das atividades internacionais promovidas pelas entidades que defendem os interesses dos trabalhadores – o que deve ser intensificado com a criação da nova Secretaria de Políticas Internacionais da Confederação.
Da redação, com informações da Fenprof