Contee se integra ao movimento internacional em defesa de Jorge Ibraim Abdallah

Reforçando sua posição, reiterada no último Conatee, de apoio à causa palestina – enfatizada na participação de dirigentes da Contee na 1ª Missão de Solidariedade ao Povo Palestino, em junho do ano passado e no engajamento no Fórum Social Mundial Palestina Livre -, a Confederação assina o manifesto lançado em favor da libertação do libanês Jorge Ibrahim Abdallah, comunista, revolucionário, árabe e militante da causa palestina preso há 28 anos na França.

Em 21 de novembro do ano passado, foi expedido um aviso judicial em favor de sua libertação pelo tribunal de execução de penas francês, condicionado por uma ordem de expulsão do ministro do Interior, Manuel Valls. A ordem, porém, ainda não foi assinada.

Nesta semana, manifestantes bloquearam o caminho de Damasco, em frente à Embaixada da França em Beirute, exigindo a libertação do ativista libanês. Os manifestantes atiraram ovos e tomates na entrada da embaixada, antes de serem repelidos pelas forças de segurança internas. Em Paris, centenas de ativistas também se reuniram em protesto em frente  ao Ministério do Interior. Várias iniciativas ainda estão programadas até o próximo dia 28, para quando foi adiada a assinatura da ordem de expulsão.

História

Jorge Ibrahim Abdallah é um dos mais antigos prisioneiros políticos do mundo e sua trajetória é indissociável da história da Guerra do Líbano e, mais especificamente, da invasão israelense de Beirute em 1982 – que levou ao saldo de 20 mil mortos civis libaneses e palestinos –, apoiada pelos Estados Unidos.

Condenado em 10 de julho de 1986 por associação com o crime e posse de explosivos, Abdallah foi julgado uma segunda vez, acusado de cumplicidade no homicídio do tenente-coronel Charles Robert Ray, adido militar da embaixada dos Estados Unidos na França, e no de Yacov Barsimentov, segundo conselheiro da embaixada de Israel. O embaixador dos Estados Unidos na França e a família do tenente-coronel Ray entraram com um processo civil e as pressões norte-americanas e israelenses foram grandes para que se obtivesse uma condenação perpétua contra Abdallah. Mesmo da prisão, porém, ele não deixou de defender a causa.

Desde 1999, o ativista poderia obter a liberdade condicional, não fosse a obstinação judiciária e as ingerências norte-americana e israelense. Sete pedidos de liberdade condicional haviam sido feitos, sendo o último em maio de 2009. Em novembro de 2003, a jurisdição de Pau havia autorizado sua libertação, mas o procurador apelou e obteve a anulação.

Abdallah, contudo, apresentou todas as garantias de reinserção requeridas e, sobretudo, é bem-vindo para voltar ao seu país, como assegurou o ministro das Relações Exteriores libanês, Adnan Mansour:

Leia o manifesto em favor da libertação de Abdallah:

“Ao ser anunciada, pelo governo francês, a libertação do bravo revolucionário Jorge Ibrahim Abdallah, encarcerado nos presídios franceses, foi organizada no Líbano, pelos camaradas, companheiros da esquerda libanesa e pelos parentes deste bravo camarada, uma recepção em comemoração a sua libertação.

Mas no dia seguinte ao anúncio, veio a surpresa; o governo francês, revogou essa decisão, devido as pressões estadunidenses, e decidiu manter este bravo revolucionário nos presídios, desrespeitando todas as leis e acordos internacionais.

Diante disso, repudiamos esta decisão arbitrária, e solicitamos à justiça francesa a imediata soltura deste camarada, e garantir a sua chegada em Beirute em segurança.

Daqui, do Brasil, nós comprometemo-nos a continuar a luta, junto aos camaradas brasileiros, e com todos os partidos amigos, e toda sociedade civil até a sua soltura.

Sim à justiça. Sim à soltura do bravo lutador Jorge Ibrahim

Assinam o manifesto:

Os amigos do bravo lutador Jorge Ibrahim Abdallah, libaneses, árabes e brasileiros em São Paulo, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, e todo Brasil.

Kháled Fayez Mahassen”

Da redação, com informações do Le Monde Diplomatique Brasil e do blog liberonsgeorges.over-blog.com

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