Contee cumprimenta Fenprof por 40 anos de vida e luta
Entidade portuguesa completa quatro décadas em defesa do magistério, no próximo domingo (30)
No próximo domingo 30 de abril, véspera do Dia Internacional dos Trabalhadores, a Fenprof (Federação Nacional dos Professores de Portugal) completa 40 anos de existência. São 4 décadas dedicadas à defesa da profissão docente, da escola pública, da classe trabalhadora e da justiça social. Um aniversário que é celebrado, segundo a própria entidade, “com a convicção de que será possível e desejável uma sociedade justa em que todos tenham lugar e sejam felizes”.
“Quando falamos da Fenprof, a primeira palavra que nos vem a cabeça é LUTA, e em toda sua plenitude”, declarou a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro.
“A luta por direitos, por melhores condições de trabalho e de vida, mas também uma luta pela transformação da sociedade. A luta por justiça, fraternidade e por uma sociedade sem explorados e exploradores”, completou.
“Vivas à Fenprof! Vivas aos professores e professoras de Portugal que fazem a Fenprof ser vibrante!”
Leia abaixo a carta aberta da Contee à Fenprof: a importância do dia 30 de abril
O dia 30 de abril é o 120.º dia do ano no calendário gregoriano.
É o dia em que, em 1492, a Espanha deu a Cristóvão Colombo sua autorização de exploração.
E que, em 1945, Adolf Hitler e Eva Braun suicidaram-se.
Que, em 1957, entrou em vigor a Convenção Complementar sobre a Abolição da Escravatura.
Que, em 1975, forças comunistas ganharam o controle de Saigon, pondo fim à Guerra do Vietnã com a rendição incondicional de Duong Van Minh.
Que, em 1977, ocorreu a primeira marcha das Mães da Praça de Maio, em Buenos Aires.
Que, em 1981, houve um atentado — felizmente frustrado — contra o Pavilhão Riocentro, no Rio de Janeiro, onde era realizado um show em comemoração ao Dia do Trabalhador.
Que, em 1983, nasceu a Fenprof.
A fundação da Federação Nacional dos Professores de Portugal, nossa coirmã, está entre os grandes fatos e feitos da história mundial. Importante como a navegação que possibilitaria aquela que, oito anos mais tarde, daria origem às relações entre Portugal e ao Brasil, sem as quais nenhum dos dois países, a despeito dos horrores da colonização, seria o que é hoje.
Importante como o sepultamento do nazismo (por mais que tentem ressuscitá-lo, como a um zumbi maligno, nos dias de hoje).
Importante como a derrota do império estadunidense e uma de suas guerras mais injustas.
Importante como a denúncia dos desaparecimentos políticos orquestrados pelas ditaduras sanguinárias da América Latina.
Importante como o fracasso do regime militar brasileiro ao tentar conter, com ato terrorista, a abertura política.
Importante.
Quarenta anos é quase o mesmo tempo durante o qual vosso país (e nos esforçamos aqui para usar o pronome que, apesar de nossa língua comum, nos é quase estranho) esteve sob o jugo do salazarismo. É também quase o mesmo tempo desde que, com cravos e cheirinho de alecrim (parafraseando nosso Chico Buarque, que aí esteve nos últimos dias), vós derrotastes o fascismo. E essa é uma via de mão dupla. A Fenprof existe, há 40 anos, porque o fascismo foi derrotado em Portugal (vale repetir: por mais que tentem ressuscitá-lo, como a um zumbi maligno, nos dias de hoje, em todo o mundo). E o fascismo foi derrotado em Portugal porque as forças que, poucos anos mais tarde, vieram a criar a Fenprof já existiam. Forças democráticas. Forças cidadãs. Forças conscientes de que esperança é algo que se pode ensinar. E aprender.
Vida longa à Fenprof!
Brasília, 28 de abril de 2023.
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee