Contee debate, em seminário com José Dirceu, os rumos do Brasil e da entidade
“Estamos vivendo o fracasso do golpe de 2018, que tirou a Dilma Rousseff da Presidência da República. O papel ridículo de Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a volta da inflação, dos juros altos, a destruição das estatais, são manifestações disso. Somos contra essa política de desmonte do Estado que o governo vem realizando e precisamos garantir o calendário eleitoral no ano que vem e a posse do presidente eleito, e para isso é preciso mobilização. Os trabalhadores em educação compromissados com um Brasil progressista têm uma grande responsabilidade neste momento”.
As afirmações foram feitas na noite desta quinta-feira, 23, pelo ex-ministro e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Dirceu, no primeiro dia do Seminário da Diretoria Plena do Contee, realizado de forma remota, e que termina no sábado, 25. O encontro foi aberto pelo coordenador-geral, Gilson Reis, e contou com quase 40 sindicalistas.
“Esta é a primeira reunião plena depois do nosso vitorioso congresso. Nossa organização está fortalecida para as lutas vindouras. Vamos definir os rumos da Contee com as questões do trabalho, da educação e da democracia, que serão estruturantes da Confederação nesta gestão. Já temos compromissos com os atos dos dias 2 e 15 em defesa do Brasil e contra Bolsonaro”, afirmou Gilson, que dedicou o evento ao estudante Geoffrey Stony Oliveira do Nascimento, de 16 anos, morto durante um assalto enquanto ia para casa após a aula, em Brasília.
O coordenador-geral ainda informou que participou, com a coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Formação, Adércia Hostin, das comemorações do centenário de Paulo Freire, no Recife. “Temos muita esperança no povo, na Contee e nos seus sindicatos filiados para colocar o Brasil e o povo brasileiro na construção de uma nova nação”, pontuou.
Grandes desafios, grandes mobilizações
Em seu pronunciamento, Dirceu enfatizou que 2022 “será um ano para nós derrotarmos Bolsonaro e elegermos Lula presidente”. Fez uma retrospectiva das lutas populares, em especial desde a ditadura militar de 1964, com passagem pela Constituinte de 1988, e os quatro governos liderados pelo PT. Afirmou que Bolsonaro ataca a universidade, a ciência, a tecnologia, a educação “porque disputa a consciência dos trabalhadores. Abre-se um período de disputa pelos rumos do país. As forças populares procuram se reorganizar e retomar o governo do Brasil. Temos que nos reinventar, porque o mundo mudou”.
Na sua opinião, a direita liberal abandonou Bolsonaro, “mas mantém o programa neoliberal de Paulo Guedes. Precisamos criar uma ampla frente política e social, que vai construir a base popular para o governo. Temos o desafio de garantir uma base de parlamentares e governadores envolvidos com um novo projeto de Brasil. A profundidade das mudanças dependerá do resultado das urnas e da mobilização popular”.
Amanhã, 24, os trabalhos do seminário terão início às 9 horas, com uma intervenção do coordenador-geral, Gilson Reis, seguida de reunião de planejamento das secretarias (trabalho em grupo). À tarde serão apresentadas as relatorias dos grupos e, na manhã de sábado, informes, inclusive da Secretaria de Finanças, e deliberações.
Carlos Pompe