Contee defende frente ampla pela democracia, em encontro suprapartidário
“É preciso substantivar o projeto de educação. Trata-se de um espaço permanente de disputa política e ideológica, almejado por diversos setores da sociedade”, afirmou o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, durante a Oficina Estado e serviços públicos, promovido pelo Observatório da Democracia, nesta quinta-feira, 29, na sede do PROS, em Brasília.
Convidado a falar sobre educação, Gilson denunciou que, desde o golpe de 2016, que depôs a presidenta Dilma Rousseff, “o consórcio direitista tenta impor a lógica do mercado nessa área, que, dentro do Governo Bolsonaro, é pleiteado por empresários, setores militares e setores pentecostais. A pretexto de combater um inexistente marxismo cultural, uma fantasiosa ideologia de gênero e a necessária laicidade do Estado, eles questionam as conquistas mundiais do humanismo”.
O sindicalista abordou as concepções pedagógicas que se apresentaram ao longo da história brasileira e afirmou que, no período recente, imperam a mercantilização, financeirização e desnacionalização, “que começou pelo ensino superior e agora avança no básico, com a compra de redes privadas por empresas internacionais”.
Para se contrapor a essa ofensiva, o coordenador-geral propôs uma ampla frente “em defesa da educação pública, laica, democrática, formadora de pensamento crítico e de cidadania plena. A educação está no centro do retrocesso político, econômico e social. Está na fronteira da resistência democrática, por isso foi a mobilizadora das grandes manifestações populares deste ano. A educação é decisiva na elaboração de um projeto de desenvolvimento nacional soberano e inclusivo, que valorize o trabalho, esteja vinculado à ciência e tecnologia e prepare o país para as revoluções tecnológicas 4.0 e 5.0”, enfatizou.
Observatório da Democracia
A Oficina ainda contou com a participação de Jorge Abrahão de Castro (pesquisador associado da UNB e professor de economia da Católica de Brasília), José Celso Cardoso Jr. (técnico do Ipea e ex-secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República), Joelson Rodrigues Reis e Silva (secretário executivo de Assistência Social do Governo de Pernambuco), Ronald Ferreira (ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde e presidente da Federação Nacional de Farmacêuticos) e Antônio Neto (presidente da CSB), dentre outros palestrantes.
O Observatório da Democracia nasceu dos questionamentos levantados durante os encontros de sete fundações partidárias: Cláudio Campos (PPL), Lauro Campos (PSOL), João Mangabeira (PSB), Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (PDT), Maurício Grabois (PCdoB), da Ordem Social (PROS) e Perseu Abramo (PT). Seu compromisso “é com a manutenção da soberania e da democracia no País. Para isso, é absolutamente necessário monitorar o governo atual e posicionar-se em relação a ele, a partir da produção de informações consistentes e verdadeiras. Vamos procurar aprofundar e desenvolver os temas aqui abordados”, afirmou o coordenador da mesa de debates, Renato Rabelo, da Fundação Maurício Grabois.
Carlos Pompe