Contee manifesta indignação quanto ao assassinato de sindicalista no MT e exige justiça
A Contee se une à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag) e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) na exigência de apuração imediata e rigorosa do assassinato da ex-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura de União do Sul, em Mato Grosso, Maria Lúcia do Nascimento. Mais uma vítima dos conflitos agrários no país, a sindicalista, que morava no assentamento Nova Conquista 2, no mesmo município, foi morta com três tiros na última quarta-feira (13).
Recentemente, Maria Lúcia e mais 25 famílias haviam recebido da justiça local a reintegração do assentamento à fazenda em que o mesmo estava instalado, podendo permanecer legalmente no local. O crime foi cometido dentro do assentamento, e testemunhas afirmam que o executor dos disparos foi um funcionário do suposto “dono” da fazenda (na verdade, as terras foram destinadas pela União à reforma agrária), Gilberto Miranda, que há dias já rondava a região com uma arma de fogo à mostra, intimidando as famílias.
Segundo a Contag, tanto a vítima quanto as outras famílias assentadas e dirigentes do Sindicato de Trabalhadores na Agricultura local já haviam sofrido ameaças do fazendeiro, registradas em boletins de ocorrência e em atas de denúncias feitas diretamente ao ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho. As ameaças foram testemunhadas inclusive por oficiais de justiça.
A coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais da Contee e presidenta da CTB-MT, Nara Teixeira de Souza, manifestou sua indignação quanto ao caso. “Cada vez mais indignada com as informações sobre o assassinato da companheira Maria Lúcia, sindicalista e trabalhadora rural morta brutalmente ontem (quarta-feira) em União do Sul – MT. Exigimos justiça!”, afirmou. “Compartilho o luto por essa grande mulher! Como presidenta da CTB em nosso estado, presto minha solidariedade aos familiares, amigos e dirigentes do Sindicato de União do Sul, filiado a nossa central. Nós estamos em luto por essa grande tragédia.”
Conforme Nara, testemunhas também relataram que, pouco antes do assassinato, Maria Lúcia estava no sindicato quando recebeu um telefonema avisando que o fazendeiro e seu funcionário estavam nas terras dela, botando fogo em suas coisas. Imediatamente ela foi para casa, onde testemunhas ouviram o fazendeiro ordenar que o funcionário a matasse.
“Infelizmente mais uma morte anunciada… Vários boletins de ocorrência denunciando as ameaças… Quem atirou está preso, mas o mandante não!”, indigna-se a diretora da Contee e presidenta da CTB estadual, que enfatiza tratar-se de mais um caso de violência contra trabalhadores rurais, mas também contra a mulher. “Quantas Margaridas, Marias, Lúcias, Joões, Pedros morrerão antes de termos reforma agrária neste país? Fica indignação… tristeza e toda a certeza de que temos que avançar nessas e tantas outras questões sociais e políticas!”
Da redação, com informações da Contag e do Portal CTB