Copom corta taxa de juros novamente: Selic vai a 12,75%

Em dia de protesto das centrais, Copom fez novo corte de meio ponto percentual na Selic e sinaliza que deve manter o ritmo de queda nas próximas reuniões

Por Tiago Pereira, da RBA

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu mais uma vez a taxa básica de juros (Selic) nessa quarta-feira (20). O corte foi de meio ponto percentual, fixando a Selic em 12,75% ao ano. Assim, é o segundo corte consecutivo, após o BC congelar os juros básicos em 13,75% por mais de um ano.

A decisão foi unânime, com todos os membros do comitê, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, votando pela redução de meio ponto. No comunicado, o Copom sinaliza que deve manter o ritmo de corte, considerado “adequado” para manter o processo “deflacionário”, nas próximas reuniões. O próximo encontro está marcada para 31 de outubro e 1º de novembro.

Em relação ao cenário doméstico, o Copom observou “maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado. No entanto, o órgão disse que “segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”.

“As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,9%, 3,9% e 3,5%, respectivamente”. Externamente, os diretores do BC destacaram a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China.

Assim, entre os riscos de alta geral dos preços, o documento destaca a “persistência das pressões inflacionárias globais” e a “maior resiliência na inflação de serviços” no Brasil. Por outro lado, eventual desaceleração da economia mundial pode resultar em queda na inflação”.

Protestos

Entre ontem e hoje, as centrais sindicais realizaram manifestações em todo o país para cobrar a redução da Selic. De acordo com os trabalhadores, a alta de Selic beneficia apenas o setor financeiro. Por outro lado, com o crédito caro, a economia não avança, dificultando a criação de empregos. Além disso, os juros altos também aumentam o custo de financiamento da dívida pública. Assim, quando as taxas caem, amplia-se o espaço fiscal para investimentos em políticas públicas.

Por outro lado, após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada pelos economistas. No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do país, registrou aumento de 0,23%. No ano, o IPCA acumula alta de 3,25%, e de 4,61%, nos últimos 12 meses. Para 2023, a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com margem de tolerância entre 1,75% a 4,75%.

Da Rede Brasil Atual

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