Coronavírus: retorno presencial das aulas em escolas ainda é arriscado
Segundo UFRJ, voltar às aulas presenciais representaria grande risco à saúde pública na cidade do Rio. Leia nota na íntegra
Procurado pelo Ministério Público, o Grupo Técnico Multidisciplinar para o Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ manifestou-se contrário ao retorno presencial das atividades escolares na cidade do Rio de Janeiro. Os pesquisadores se posicionaram nesta quinta-feira (10/9).
“O retorno presencial das atividades escolares ainda representa grande risco à saúde pública devido ao aumento da vulnerabilidade de grande número de indivíduos da população associada às dificuldades de preparação e resposta a esta situação emergencial”, avalia o grupo de cientistas da UFRJ.
Com base em dados, os pesquisadores da Universidade atestam que depois das medidas de flexibilização das determinações de isolamento houve um aumento do número de casos no município. Os pesquisadores da UFRJ citaram um recente estudo da Universidade de Harvard, que comprovou que a carga viral encontrada nas vias aéreas superiores de pessoas de zero a 22 anos é maior que a de adultos diagnosticados e internados em UTI com coronavírus. O estudo demonstra que crianças e adultos jovens transmitem COVID-19, mesmo sem sintomas.
“Preocupações atreladas à transmissibilidade da doença entre escolares, e destes para sujeitos de maior vulnerabilidade, como familiares, funcionários e professores idosos ou com comorbidades, torna essencial a manifestação científica contrária ao retorno das aulas presenciais em escolas no município do Rio de Janeiro neste momento”, pontua a equipe do Grupo Técnico da Universidade.
Os cientistas da UFRJ avaliam que “medidas protocolares de checagem de temperatura, sinais e sintomas, utilização de tapetes sanitizantes, entre outros, na admissão de alunos nas escolas podem não impedir, efetivamente, a transmissão do vírus nesses ambientes, colocando em risco a saúde de todos”.
Os pesquisadores pontuam, ainda, que há “falta de capacitação dos funcionários e professores na gestão de risco deste complexo desastre biológico, assim como a falta de hábito da sociedade quanto às práticas envolvidas nesta situação”.