CUT: Plebiscito pela Reforma Política vai colher assinaturas por mudanças nos meios de comunicação

Os comitês de organização do Plebiscito Popular da Reforma Política, em diversas regiões do Brasil, já estão empenhados em divulgar e colher assinaturas, também, para a proposta de democratização da comunicação de massa no País.

A votação do plebiscito pela reforma política vai ocorrer na semana de 1º a 7 de setembro, mobilizando milhares de pontos de coleta e também recebendo votos pela internet. Os comitês organizadores – que já passam de mil – e os militantes que vão trabalhar durante a semana de votação preparam-se para debater com as pessoas a necessidade de mudar não somente o sistema político, mas igualmente as leis que tratam do sistema de comunicações nacional.

Um panorama de como está sendo organizada a mobilização em torno da semana de luta pelas duas campanhas foi apresentado na noite de sexta-feira, 15, durante debate organizado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), na sede do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.

Faltam só 15 dias

“Nossa campanha incorporou o tema da comunicação e essa unidade é muito importante. Pedimos a vocês, que militam na área da comunicação, que também coloquem a estrutura e os espaços disponíveis para trabalhar as duas bandeiras daqui até setembro. Faltam só 15 dias”, afirmou Lucas Pelissari, da Secretaria Nacional do Plebiscito e integrante do Levante Popular.

 

Lalo, Bia, Rosane, Luca e José Eduardo, do Sindicato dos Jornalistas

A decisão de unir esforços pelas duas bandeiras havia sido divulgada pelos movimentos sociais durante a 14ª Plenária Nacional da CUT, no final de julho.

“A luta pelo Plebiscito da Reforma Política tomou uma dimensão tão grande que nos serve de exemplo de como o tema da comunicação precisa e pode ser espalhado e debatido, inclusive para além das nossas entidades e dos grupos organizados”, comentou Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e integrante da Coordenação Executiva do FNDC.

‘Espraiar e acolherar’

“Quando a luta nos escapa dos dedos e se espalha, é a coisa mais linda que tem”, disse ainda. “Vou usar aqui uma expressão gaúcha para definir o que nós temos de fazer: ‘Tem de espraiar e acolherar’. O tema das comunicações tem de extrapolar nosso círculo de debates, ganhar a opinião pública, enquanto nós devemos manter a dianteira do debate, garantindo o rumo”.

O momento para a sinergia das duas bandeiras é propício, segundo a perspectiva do professor Laurindo Leal Filho, um dos debatedores. Ele lembrou que a última vez em que o debate sobre o sistema de comunicação de massas no Brasil foi levado pelos movimentos sociais com força ao Congresso foi justamente durante os trabalhos da Constituinte de 1988.

“Como agora, quando pleiteamos uma reforma do sistema político por meio da convocação de uma Constituinte exclusiva”, lembrou. “Os dois assuntos estão profundamente ligados. Para se ter uma ideia, basta imaginar o grau de contaminação que a mídia tradicional vai inocular no debate da reforma política após conseguirmos realizar o plebiscito com sucesso”, alertou.

Contra o monopólio

“São duas pernas de uma mesma luta”, completou Bia Barbosa, integrante do Intervozes e da Coordenação Executiva do FNDC. Para ela, o período eleitoral impõe mais um desafio. “É triste que nenhum candidato à Presidência esteja debatendo a questão da democratização da comunicação. Portanto, quem tem de levantar essa bandeira durante a campanha somos nós”.

O FNDC realiza neste sábado, 16, com a presença de suas representações regionais, o encontro do Conselho Deliberativo, para decidir novas ações rumo à semana de votação do plebiscito e da coleta de assinaturas em defesa de um novo marco legal para as comunicações de massa no Brasil.

A luta pela democratização das comunicações no Brasil parte da constatação de que, contrariando a Constituição brasileira, os grandes veículos de mídia estão concentrados na mão de poucos grupos empresariais, que impedem a livre circulação de idéias e a representação da multiplicidade de valores presentes na sociedade. E que esse monopólio age como se estivesse acima da lei, distorcendo, ocultando ou forjando informações para iludir ou manipular a opinião pública.

Da CUT

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