Deputada Jandira Feghali disse que irá processar parlamentar por agressão em plenário
A líder do PCdoB foi alvo de agressão física e verbal no plenário, e afirma que vai processar deputado Alberto Fraga (DEM-DF). “Mulher que bate como homem tem que apanhar como homem também”, afirmou o parlamentar.
A sessão na Câmara dos deputados desta quarta-feira (6), que votou a MP 665, do ajuste fiscal, foi conturbada e contou com agressões a uma deputada. Tudo começou quando o deputado Roberto Freire (PPS) bateu nas costas do deputado Orlando Silva (PCdoB–SP), que disse para Freire não tocá-lo. A deputada e líder do PCdoB, Jandira Feghali, que estava ao lado dos dois, criticou Freire, que pegou o braço da deputada e o jogou para trás.
A deputada ameaçou denunciar Freire ao conselho de Ética da Câmara, e foi quando o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) disse no microfone que “Ninguém pode se prevalecer da posição de mulher para querer agredir quem quer que seja. E eu digo sempre que mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também”.
“É assustador o que está acontecendo nesta Casa. Em trinta anos de vida pública jamais passei por tal situação. Em seis mandatos como deputada federal, onde liderei a bancada do PCdoB por duas vezes e enfrentei diversos embates, jamais fui sujeitada à violência física ou incitação à violência contra mulher. Parece irônico a mulher que escreveu o texto em vigor da Lei Maria da Penha seja vítima de um crime como este”, disse a deputada em sua página do Facebook.
A deputada afirmou, em discurso na Câmara, após o ocorrido, que vai entrar na Justiça contra Fraga. “Lamento muito que alguns deputados tenham apoiado e permitido as palavras do deputado Fraga. Hoje, foi comigo, ontem, com a Maria do Rosário. Amanhã pode ser com qualquer um de vocês que apoiou a atitude fascista do deputado Alberto Fraga ao dizer que mulher que fala como homem tem que apanhar como homem. Para mim isso não é só quebra de decoro como é ameaça. Deputado Alberto Fraga, pegaremos as fitas, e o senhor espere um processo da nossa parte, porque ninguém faz isso impunemente nessa casa”.