Deputada petista anuncia participação na flotilha rumo a Gaza: ‘Brasil não é indiferente à dor palestina’
Luizianne Lins destacou que presença brasileira na missão humanitária é 'gesto de alinhamento' com posição do governo Lula contra genocídio de Israel
Considerada uma das maiores missões em solidariedade à Palestina, a mais recente embarcação da Flotilha da Liberdadereúne ativistas, médicos, artistas, jornalistas, políticos e defensores de direitos humanos de mais de 44 países rumo à Faixa de Gaza. O objetivo é romper o cerco israelense e entregar ajuda humanitária aos palestinos, em meio à fome generalizada no enclave.
Do total de 15 brasileiros na missão, chama a atenção a participação da deputada federal cearense Luizianne Lins, do Partido dos Trabalhadores (PT). Durante o voo com destino a Sicília, na Itália, onde partirá uma das embarcações, a parlamentar conversou com Opera Mundi e deu ênfase à “posição firme” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na condenação do genocídio promovido por Israel, sustentando a denúncia contra os crimes cometidos pelo regime de Benjamin Netanyahu a instâncias internacionais, como o Tribunal de Haia.
Entretanto, apesar do posicionamento brasileiro, a deputada apontou que o agravamento da crise humanitária e das operações militares em Gaza exige do Brasil “ainda mais a ruptura com qualquer cumplicidade política, econômica ou militar que sustente a máquina de guerra de Israel”.
“A minha participação na flotilha é um gesto de alinhamento com essa posição crítica e de pressão para que nós continuemos aprofundando nossa atuação no cenário internacional. É o Brasil participando ativamente. Nosso país tem tradição de defender o multilateralismo e os direitos humanos. Essa é a hora de nós honrarmos essa tradição de forma ainda mais enfática”, afirmou.
Como deputada federal, Lins é a primeira a participar fisicamente da flotilha. Entre outras figuras políticas, também está a vereadora Mariana Conti, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Campinas. A missão convocou diversas figuras influentes, o que na avaliação da parlamentar se consolida como uma necessidade diante das reações hostis de Israel contra missões pacíficas e humanitárias.
“Se Israel insiste em interceptar barcos com ajuda e personalidades internacionais, fica exposto o caráter arbitrário, caráter ilegal de suas ações. Essa visibilidade é também um mecanismo de proteção, pois dificulta que crimes de guerra sejam cometidos sem repercussão global”, explicou.
Ainda de acordo com Lins, a presença brasileira na flotilha, sobretudo de figuras políticas, carrega um “peso simbólico e histórico”, porque “mostra que o Brasil não é indiferente à dor palestina”
“Nós, como representantes eleitos do povo, não podemos nos calar diante de crimes contra a humanidade”, acrescentou.
As embarcações partem de portos do Mar Mediterrâneo e, inicialmente, a previsão era a de chegar ao enclave em 13 de setembro. Nesta segunda-feira (01/09), contudo, a flotilha teve de retornar a Barcelona, na Espanha, em decorrência das condições climáticas adversas no caminho, ficando incerto se o imprevisto modificará o itinerário. As adaptações fazem parte de missões como esta, conforme Lins, não somente para lidar com “obstáculos naturais”, como também com os de caráter político e militar.
“Estar fisicamente nessa flotilha é transformar solidariedade em ação. É arriscar junto aos que sofrem. É levar a voz da democracia brasileira para exigir respeito ao direito internacional e ao valor supremo, que é o valor da vida humana”, declarou a deputada.
Momentos antes do embarque a Sicília, a parlamentar federal publicou um vídeo em suas redes sociais anunciando que irá participar da missão humanitária. No Congresso, em Brasília, Lins tem recorrentemente reforçado o seu posicionamento pró-Palestina. O episódio mais recente aconteceu na quinta-feira passada (28/08), ocasião em que presidiu uma audiência pública na Câmara dos Deputados destinada a debater as medidas diplomáticas e comerciais que o Brasil deve adotar no contexto do genocídio promovido por Israel.




