Desempenho do comércio sugere que economia continua andando de lado
Estatísticas divulgadas nesta quinta-feira (13) pelo IBGE indicam que as vendas do comércio caíram 0,2% em outubro na comparação com setembro, quando também foi registrado declínio das atividades no ramo. Foi o pior resultado para o mês desde 2013. Sinaliza um desempenho medíocre da economia em 2018 e induziu novas revisões pessimistas para o resultado final do PIB, que deve fechar o ano com um avanço não muito superior a 1%, o que está bem aquém da necessidade e potencialidades do Brasil, ainda mais quando se considera que no biênio 2015-2016 o país sofreu a maior recessão de sua história, que sacrificou nada menos que 7,2% do produto.
O resultado decepcionou os analistas do mercado, que apostavam numa recuperação e projetavam crescimento de pelo menos 0,2%. Houve queda nas vendas em 17 das 27 unidades da federação, sendo as maiores registradas em Rondônia (-4,0%), Distrito Federal (-3,4%) e Piauí (-2,7%). Entre as 10 com alta, a mais relevante foi em Roraima (2,8%).
Restauração neoliberal
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e motos e materiais de construção, o recuo foi um pouco menor em outubro: queda de 0,2% na comparação com setembro. Em relação a outubro de 2017, houve crescimento de 6,2%. O acumulado no ano subiu 5,3% e o dos últimos 12 meses recuou para 5,7%.
Entre os segmentos que compõem o ramo, as maiores quedas foram registradas nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (-7,4%), móveis e eletrodomésticos (-2,5%) e tecidos, vestuário e calçados (-2%). De acordo com técnicos do IBGE a queda nas vendas de combustíveis e lubrificantes deu a maior contribuição negativa para o resultado geral do varejo em outubro. A demanda caiu em função da política de preços adotado pela Petrobras no governo Temer, que resultou em alta sistemática do diesel, da gasolina, do gás de cozinha e motivou a greve dos caminhoneiros em maio.
Essa situação crítica da economia, que não sai do pântano da estagnação, resulta da política de restauração neoliberal imposta pelo governo golpista liderado por Michel Temer, que congelou os investimentos públicos, perpetuou o desemprego em massa e reduziu o poder de compra da classe trabalhadora.