Desemprego recorde, alta da informalidade e menos R$ 6,5 bi/mês em 2016

São Paulo – A crise levou o país, em 2016, a seu pior resultado no mercado de trabalho, com 11,5% de taxa média de desemprego, três pontos percentuais acima do ano anterior. Consideradas as médias anuais, são 1,758 milhão de ocupados a menos e 3,175 milhões de desempregados a mais, em um total estimado em 11,760 milhões.

Em números gerais, 1,4 milhão de pessoas entraram no mercado, que fechou 1,8 milhão de vagas, resultando nesses quase 3,2 milhões de desempregados a mais no ano. A informalidade aumentou. Com queda  na ocupação e na renda, a massa de rendimentos teve diminuição calculada em R$ 6,489 bilhões por mês, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem (31) pelo IBGE.

O total de ocupados foi estimado em 90,384 milhões, queda de 1,9% no ano. Foi a primeira diminuição na recente série histórica, iniciada em 2012. Com isso, a variação em cinco anos é de apenas 1%. Já o número de desempregados cresceu 37% de 2015 para 2016, acumulando crescimento de 65,6% desde 2012, praticamente concentrado nos dois últimos anos, quando o total saltou de 6,7 milhões para quase 11,8 milhões.

No mercado formal, os empregados com carteira no setor privado (34,293 milhões) caiu 3,9% no ano, o correspondente a uma perda de 1,406 milhão de vagas. Houve pequeno crescimento dos empregados sem carteira (0,7%, para 10,147 milhões) e dos trabalhadores por conta própria (1,2%, para 22,523 milhões). Também aumentou o número de trabalhadores no setor doméstico: 1,5%, para 6,170 milhões.

Estimado em R$ 2.029, o rendimento médio caiu 2,3%. E a massa de rendimentos recuou 3,5%, de R$ 185,354 bilhões para R$ 178,865 bilhões.

Trimestre

No quarto trimestre de 2016, o IBGE calculou a taxa de desemprego em 12%, a maior da série, estável em relação ao terceiro (11,8%) e com crescimento de 3,1 pontos ante igual período do ano anterior. O numero de desempregados foi estimado em 12,342 milhões, crescimento de 2,7% ante o trimestre julho/setembro e de 36% sobre o último período de 2015 (mais 3,269 milhões de pessoas nessa condição).

Apenas do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, 747 mil pessoas aumentaram a força de trabalho no país, que criou 427 mil vagas, em número insuficiente para absorver essa mão de obra, resultando em mais 320 mil desempregados. Em quatro trimestres, o acréscimo da força de trabalho foi de 1,286 milhão (1,3%), enquanto o mercado fechou 1,983 milhão de vagas (-2,1%), resultando nos 3,269 milhões de desempregados a mais (36%).

Os ocupados (90,262 milhões) aumentaram 0,5% no trimestre (427 mil) e caíram 2,1% em 12 meses, perda de 1,983 milhão. Eram 34,005 milhões de empregados com carteira assinada no setor privado, quedas de 0,5% e de 3,9%, respectivamente (menos 1,398 milhão na segunda comparação).

Entre os setores de atividade, o nível de ocupação na indústria caiu 7,7% em 12 meses, com perda de 955 mil postos de trabalho. A construção perdeu 857 mil, retração de 10,8%. O comércio/reparação de veículos ficou perto da estabilidade (-0,4%, menos 75 mil) e o emprego doméstico caiu 3,7% (perda de 238 mil vagas). O único segmento a registrar alta foi dos serviços de alojamento e alimentação, com crescimento de 5,4%, acréscimo de 247 mil vagas.

O rendimento médio (R$ 2.043) ficou estável tanto no trimestre como na comparação com o último período de 2015. E a massa de rendimentos (R$ 180 bilhões) cresceu 1,2% ante o terceiro trimestre e manteve-se praticamente estável em 12 meses.

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