Dia de celebrar o legado de Paulo Freire: patrono da educação brasileira
Há 103 anos, no dia 19 de setembro de 1921, em Recife, nascia Paulo Reglus Neves Freire, um dos mais notáveis educadores do século XX. Seu legado para a pedagogia e prática educacional mundial vive. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) celebra os feitos, a caminhada desse extraordinário educador e filósofo.
Freire ficou conhecido mundialmente por sua obra “Pedagogia do Oprimido”, publicada em 1968, na qual apresenta uma crítica ao sistema educacional tradicional. Ele propõe uma pedagogia dialógica, onde educadores e alunos aprendem juntos.
Ao longo da trajetória, o eterno professor procurou ouvir as pessoas simples e refletiu profundamente sobre a relação oprimido-opressor, mirando a justiça social. O grande mestre acreditava que a educação não poderia ser neutra, mas sim uma ferramenta de “prática pela liberdade”, capaz de empoderar os educandos e de construir um mundo melhor e mais igualitário por meio do conhecimento e da força coletiva. Chegou a afirmar: “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”.
Em 1964, com o golpe militar no Brasil, Freire foi preso e exilado. Durante seu tempo fora do país, ele trabalhou em diversos contextos, desenvolvendo projetos educacionais que enfatizavam a alfabetização de adultos e a educação popular. Ao retornar à pátria amada em 1980, Freire continuou sua missão. Foi secretário da Educação de São Paulo e lecionou em universidades, sempre defendendo uma educação capaz de promover a participação cidadã e o diálogo analítico.
Com seu olhar atento, fez da educação um ato de amor, de libertação, um caminho claro. Fez da sala de aula um espaço sagrado e democrático em defesa da dignidade humana. A escola ganhou movimento, extrapolou as quatro paredes e passou a cultivar o cotidiano da comunidade.
Freire não se esquivou do bom combate nenhum instante e continua inspirando gerações, denunciando a opressão com os seus livros e teorias e exaltando a educação emancipatória.
O patrono da educação brasileira se despediu deste plano em 02 de maio de 1997, mas suas ideias permanecem. A teia do saber se agiganta. O Pensamento educacional Freiriano ecoa longe, não para de transformar vidas.
O professor Paulo Freire segue iluminando a educação brasileira e o mundo com suas palavras de luz. Seus ensinamentos são preciosos e atemporais. Diante das atrocidades ambientais que estamos vivendo e da Guerra em Gaza que já matou milhares de inocentes, entre eles 11 mil estudantes, esta posição de Freire é oportuna:
“Não sou esperançoso por pura teimosia, mas por imperativo existencial e histórico. Minha esperança é necessária, mas não é suficiente. Ela, só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e titubeia. Precisamos da esperança crítica, como o peixe necessita de água despoluída”.
Na educação do povo está a verdadeira beleza e a revolução humanista. A educação é um ato político e libertador. É preciso esperançar sempre, principalmente em tempos de barbárie.
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Por Romênia Mariani