Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial
Hoje, 21 de março de 2018, faz uma semana do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro, executada no Centro da capital fluminense, juntamente com o motorista Anderson Pedro Gomes. Hoje, 21 de março de 2018, faz 58 anos do Massacre de Shaperville, em que 69 pessoas negras foram mortas e outras 186 ficaram feridas durante um protesto em Joanesburgo, África do do Sul, contra a lei da posse, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde podiam circular. Hoje, 21 de março de 2018, é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
Qual a relação entre a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória do que aconteceu em 1960 em Shaperville, e a execução de Marielle Franco? Na semana passada, foi assassinada uma “mulher negra, cria da Maré e defensora dos direitos humanos”, como Marielle descrevia a si própria nas redes sociais, dando destaque, antes de mais nada, ao seu gênero e sua cor. Morta por sua militância, sim, mas também por seu sexo e sua pele.
O Atlas da Violência 2017, lançado em junho do ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que, a cada cem pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. O estudo também demonstrou que, enquanto a mortalidade de mulheres não-negras (brancas, amarelas e indígenas) caiu 7,4% entre 2005 e 2015, entre as mulheres negras o índice subiu 22%.
Hoje, 21 de março de 2018, é um dia de luta contra essa violência e contra todas as formas de racismo. No entanto, não pode ser o único. É fundamental que esta seja uma batalha de todos os dias. Em nome de todas as Marielles.
Por Táscia Souza