Dia Internacional dos Direitos Humanos: Contee defende a dignidade e a vida

Neste 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Contee reafirma seu compromisso com a defesa da dignidade, da vida e da igualdade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), aprovada em 1948 e que completa agora 77 anos, permanece como referência civilizatória para a construção de sociedades democráticas. Porém, no Brasil e no mundo, a distância entre o que está assegurado na norma e o que se vive na realidade segue profunda e perigosa.

Um cenário global de retrocessos

O neonazismo, que deveria ter sido sepultado com os horrores da Segunda Guerra Mundial, ressurge hoje em vários países, inclusive no Brasil. Infiltrado em grupos digitais, discursos extremistas e ações violentas, esse fenômeno encontra terreno fértil na desinformação, na radicalização e na crise social.

Segundo especialistas do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), o país ainda não dispõe de uma política nacional integrada para enfrentar esse avanço. As respostas existentes são fragmentadas, centradas apenas na segurança pública e insuficientes para oferecer diagnóstico, prevenção, responsabilização e acompanhamento eficazes. Às vésperas das eleições de 2026, o cenário se torna ainda mais preocupante.

O quadro se agrava com a escalada da violência: 37,5% das mulheres brasileiras relataram ter sofrido algum tipo de violência apenas no último ano, e os feminicídios contra adolescentes cresceram 30%. Não por acaso, os protestos que tomaram as ruas do país no domingo (7) foram um grito coletivo contra a barbárie normalizada.

A desumanização como ameaça estruturante

Não se trata apenas da fragilidade das políticas públicas, refletida na fiscalização precária e na baixa integração das redes de proteção, mas também de um processo de desumanização social que naturaliza a violência, cultua o individualismo extremo e relativiza a dignidade alheia.

Nesse contexto, os direitos humanos tornam-se ainda mais urgentes. A combinação de negligência estatal e indiferença social cria um ambiente em que as garantias fundamentais ficam ameaçadas. Defender os direitos humanos é responsabilidade compartilhada, exigindo ação do Estado, mas também empatia, solidariedade e compromisso cotidiano de toda a sociedade.

A educação como eixo da dignidade humana

A educação, como lembra a coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais da Contee, Madalena Guasco, é o alicerce sobre o qual todos os outros direitos se constroem: “O direito à educação é parte essencial dos direitos humanos universais. No Dia Mundial dos Direitos Humanos, seguimos na luta cotidiana para que todos possam viver plenamente seus direitos.”

A coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro, reforça que a concretização dos direitos humanos se dá na prática diária, especialmente no trabalho docente: “Falar sobre direitos humanos é estar envolvido todos os dias na defesa da educação, da moradia, das melhores condições de trabalho, do direito à alimentação, do direito de ir e vir e da liberdade de expressão, sem que essa suprima qualquer outro direito. Em sala de aula, vivenciamos e ensinamos a construção de um mundo justo, fraterno e igualitário. É isso que permite que os direitos humanos se tornem realidade.”

Ao levar para o ambiente escolar valores como convivência, respeito, empatia e justiça, a educação se torna antídoto contra o ódio, a indiferença e a intolerância.

O lema da ONU para 2025: “O essencial de cada dia”

A campanha global promovida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos destaca como os direitos humanos atravessam o cotidiano de todas as pessoas.

“O essencial de cada dia” convida a reconhecer que a dignidade se expressa no que sustenta a vida diária: o acesso à educação, à moradia, à alimentação, ao trabalho digno, à liberdade de pensamento e expressão e à segurança para circular nas cidades.

Os direitos humanos são práticas concretas que influenciam a vida real.

Reconstruir vínculos para proteger direitos

Em um período marcado pelo avanço de discursos de ódio, pelo enfraquecimento das políticas públicas e pelo aumento da violência, retomar o sentido humano da convivência é tarefa urgente. Reconstruir vínculos, reforçar a solidariedade e afirmar a centralidade da dignidade são atos de resistência democrática.

A Contee convoca trabalhadores da educação, estudantes e toda a sociedade a refletirem e agirem: sem direitos humanos não há democracia. E sem educação não há direitos humanos plenamente vividos.

Educar é garantir dignidade. Educar é humanizar. Educar é defender a vida.

Da Redação Contee

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