Diálogos Para a Resistência: ‘A luta pela educação é uma luta de classe’, diz o coordenador-geral da Contee

“A luta pela educação é uma luta de classe”, declarou hoje (9) o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, no seminário promovido pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) “Diálogos para a resistência”, que ocorre desde ontem (8) no Sindicato dos Engenheiros no estado de São Paulo. Também participaram do encontro a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Maria Clotilde Lemos Petta, os diretores da Plena da Confederação Ailton Fernandes e Carlos Virgílio Borges e os diretores de entidades filiadas Celso Napolitano (presidente da Fepesp), Conceição Fornassari (Fepesp e Sinpro Campinas), Paulo José Nobre (Fepesp e Sinpro Campinas) e Celina Arêas (Sinpro Minas).

Neste segundo dia de encontro, os participantes debateram pela manhã a “Resistência contra o desmonte da escola pública”. Além de Reis, a mesa contou com a colaboração da diretora da Apeoesp, Francisca Pereira, e foi mediada pela secretária de Imprensa e Comunicação da CTB, Raimunda Gomes, a Doquinha.

Durante toda a atividade, os palestrantes denunciaram as propostas do governo golpista de Michel Temer com a privatização do setor, a reforma no Ensino Médio, o projeto Escola Sem Partido e a falta de investimento, agravada caso a Proposta de Emenda Constitucional 55, que impõe um teto de 20 anos aos investimentos públicos em saúde e educação, seja aprovada (após passar na Câmara, a PEC 55 está sendo analisada no Senado federal).

Gilson_CTB

“O objetivo [do golpe]  é favorecer a rede privada de ensino e desvalorizar os profissionais da escola pública”, alerta Francisca. Gilson Reis concorda com ela e compara o projeto que quer ser implantado no Brasil com a determinação de um currículo mínimo, ao sistema educacional do Chile, que é privatista e exclui a classe trabalhadora.

Ele compara o currículo escolar de 1932 ao proposto em 2016, que quer retirar matérias do campo das ciências sociais para, segundo ele, seguir a lógica do capitalismo: “O trabalhador não precisa pensar, mas sim executar as tarefas”, destaca.

Outro assunto colocado em pauta foi a tentativa de fragmentar a categoria dos professores ao propor a contratação de especialistas para ministrarem aulas. Neste sentido, Doquinha acredita que o movimento sindical desenvolve um papel fundamental na construção da consciência de classe dos trabalhadores e trabalhadoras.

“É necessário que tenhamos a capacidade de nos inserir. A educação não é tarefa fácil, é um projeto de classe”, frisou a sindicalista. E concluiu: “Precisamos de um projeto de educação que contemple os interesses da classe trabalhadora”. E convocou a todos para aprofundar o debate no Encontro de Educação da CTB que ocorrerá nos dias 13 e 14 de dezembro em Belo Horizonte (MG).

Assista ao vídeo da mesa

Na parte da tarde, o tema foi “Para onde vai nossa integração soberana”, com a presença de Luis Fernandes, da PUC-RJ, e de Aldo Fornazieiri, da FESP-SP.

Por Érika Ceconi, do Portal CTB, com informações da redação

Foto: Joanne Mota 

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