Dirigentes das centrais criticam declaração de Bolsonaro sobre trabalho escravo
Dirigentes das centrais sindicais repudiaram a intenção anunciada pelo presidente de flexibilizar o conceito de trabalho análogo ao escravo para livrar a cara dos escravocratas contemporãneos. “Com esse posicionameneto a sociedade brasileira caminha a passos largos para o obscurantismo”, reagiu o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes.
A Força Sindical divulgou uma nota quarta-feira (31) dizendo que a crítica de Bolsonaro contra a desapropriação de fazendas e empresas que exploram trabalho análogo à escravidão “é um absurdo e remete à ideia de Casa Grande e Senzala dos tempos antigos. É preciso avisar Bolsonaro que a escravidão já acabou”.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que em um ambiente em que as normas que regem o trabalho estão sendo destruídas “tudo que tange o trabalho análogo à escravidão é preocupante”.
Alvaro Egea, secretário geral da CSB, classificou a fala do líder da extrema direita de “retrocesso institucional e civilizacional”. Dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras brasileiras já foram resgatados de fazendas e empresas onde eram submetidos a condições degradantes de trabalho, uma prática que permanece sendo praticada no país e que remete à época infame da escravidão.