“É muito radicalismo”, diz Alckmin ao criticar o BC por manter os juros altos
“De um lado, você tinha, até pouco tempo atrás, juros de 2%. Agora 13,75%. Eu acho que precisa ter mais moderação”, afirmou o vice-presidente
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), criticou, nesta quinta-feira (23/3), em São Paulo, onde cumpria agenda, a decisão do Banco Central, de manter a taxa de juros em 13,75% e apontou para a necessidade de se estimular a economia.
“É muito radicalismo. Quer dizer, de um lado, você tinha, até pouco tempo atrás, juros de 2%. Agora 13,75%. Eu acho que precisa ter mais moderação. Não há uma inflação de demanda, pelo contrário. É preciso estimular a atividade econômica”, defendeu o ex-governador de São Paulo e agora vice-presidente.
Antes mesmo da decisão, o vice-presidente já alertava que “o Brasil não tem inflação de demanda que justifique a manutenção da taxa”. “Pelo contrário: precisamos estimular a economia”, alertou.
“Juros altos dificultam o consumo, atrasam os investimentos, encarece a dívida do governo e oneram o fiscal”. “Acreditamos no bom senso de que vamos ter redução da taxa de juros”, disse Alckmin, às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Mais cedo, nesta mesma quinta-feira (23), o presidente Lula disse no Rio de Janeiro que Campos Neto “não foi eleito pelo povo” e que a responsabilidade por sua indicação é do Senado Federal.
“Ele só tem de cumprir a lei que estabeleceu autonomia do Banco Central”, afirmou, lembrando que a lei manda cuidar da inflação, mas também do emprego e do bem estar da população.