E vem lá do Rio Grande do Sul: Professores e funcionários do ensino privado mobilizados por aumento salarial
Propostas patronais foram consideradas insuficientes e categorias pedem 8% de reajuste salarial
Professores e funcionários do ensino privado consideraram insuficientes as propostas salariais apresentadas pelo sindicato patronal (Sinepe/RS) ao Sinpro/Caxias e o Sindicato dos Funcionários (Sintep/Serra). Reunidos em plenária na manhã de sábado, 5 de abril, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, avaliaram as posturas patronais e reiteraram a necessidade de avanço nas negociações.
Os dirigentes sindicais apresentaram planilhas mostrando que, na última década, o reajuste das mensalidades foi sempre maior do que as mensalidades. Em Caxias do Sul, a faculdade Anhanguera, por exemplo, reajustou as mensalidades em 9,71%, a faculdade Murialdo em 9%. Entre as escolas de educação básica, a Cenecista Santo Antônio aumentou 12%, a Edificare, 10%, a Caminho do Saber, 9,6%, Santa Maria Goretti e Madre Imilda aumentaram 9,5%.
Conforme Liane Kolling, Coordenadora da Secretaria do Trabalho do Sinpro/Caxias, uma importante reivindicação é a equiparação do valor hora-aula na educação básica, pois os professores das séries iniciais têm, em sua maioria, a mesma formação do que os professores do Ensino Médio e desenvolvem um trabalho com a mesma importância e intensidade.
Lademir Beal, diretor do Sinpro/Caxias que integra as negociações da câmara de educação superior, afirmou que a proposta do sindicato patronal não foi razoável nem lógica: “além de não avançar na questão econômica, houve tentativa de suprimir direitos já estabelecidos nas convenções coletivas dos anos anteriores”.
Para a Coordenadora de Comunicação do Sinpro/Caxias, Olga Neri de Campos Lima, o cenário econômico é extremamente favorável e o PIB do Rio Grande do Sul é excelente, um momento ideal para a valorização dos professores e funcionários. “Quando a economia vai bem, as famílias colocam seus filhos nas escolas particulares, buscando um serviço de qualidade. Porém, as direções das instituições de ensino acreditam que o melhor investimento que fazem é na infraestrutura. Não discordamos que isso também é importante, mas temos dito na mesa de negociação que chegou o momento de investir no capital humano. O reajuste das mensalidades tem acumulado ‘gordura’ ao longo dos anos para que tenhamos valorização por meio de reajuste salarial. O pedido de 8% é modesto, diante de um cenário tão favorável. E isso porque esperávamos que a proposta fosse aceita de imediato. Precisamos mostrar à comunidade que os pais são convencidos de que os reajustes nas mensalidades servem para melhorar o salário dos professores, mas esta não é a realidade”, afirmou.
MOBILIZAÇÃO
Ações desenvolvidas pelos sindicatos, como a exposição de faixas na frente dos estabelecimentos de ensino mostrando o valor do aumento das mensalidades e folhetos direcionados aos pais e alunos estão alertando a sociedade para a situação do ensino privado. A última ação é o lançamento de um vídeo que está sendo compartilhado nas redes sociais, questionando “Qual educação?” que as direções de escolas defendem. Veja no link: http://youtu.be/9675nHePTqY.
NEGOCIAÇÕES
As negociações do Sinpro/Caxias com o sindicato patronal iniciaram no dia 18 de março, já foram realizadas três rodadas. Os professores reivindicam 8% de reajuste salarial, limitação do número de alunos por turma, regulamentação do trabalho extraclasse, preservação do direito ao descanso, equiparação do valor hora-aula na educação básica e regulamentação das atividades docentes além da sala de aula (estágios, bancas, comissões, reuniões), entre outras.
A terceira rodada da Negociação ocorrida na última terça-feira, 1º de abril, não avançou nas duas câmaras – educação básica e superior. Os representantes das instituições de ensino seguem resistindo às reivindicações de melhoria salarial e apresentando propostas insuficientes.
Na terça-feira, dia 8 de abril, será realizada a quarta rodada de negociação, em Porto Alegre.
Por Rose Brogliato – Assessoria de Comunicação do Sinpro/Caxias