Economista aponta fiasco do modelo fiscalista
Nossa economia terá grandes dificuldades pra se recuperar. Os vetores capazes de injetar energia no sistema – emprego, renda, juros, investimentos – estão afetados pela recessão, crise sanitária e erros governamentais.
A avaliação é do professor Antonio Corrêa de Lacerda, ex-diretor da Faculdade de Economia e Administração da PUC-SP, consultor, escritor e palestrante.
O IBGE divulgou a inflação de 2021 (10,06%), a maior desde 2015. Segundo o economista, “a alta no custo de vida afeta muito as famílias, uma vez que encarece os alimentos e reflete os aumentos na energia, combustíveis e outros itens que pesam no bolso”.
Para Corrêa de Lacerda, o modelo econômico em vigor fracassou. “Conceitualmente, ainda estão na Chicago dos anos 70”, critica. O arrocho no investimento público é outro problema. “Deveríamos investir 4% do PIB e estamos investindo a metade”, adverte.
Sindicalismo – No entender do professor Lacerda, o movimento deve atuar, com outras forças progressistas, por uma agenda focada na geração de emprego e uma política industrial. Ele lamenta que instrumentos como o Ministério do Trabalho e outras Pastas tenham sido desativados ou enfraquecidos.
Quando o setor produtivo não investe e outros correm pra especulação, cabe ao Estado investir. O economista diz: “O fiscalismo está errado. Veja que o próprio presidente Biden, dos Estados Unidos, (país mais liberal do mundo), executa um plano apoiado no investimento público”.
Eleições – O Brasil, ainda que mude o governo, terá que esperar 12 meses pra reverter a atual política. O professor Corrêa de Lacerda, embora se diga otimista, espera, segundo ele, que a sociedade não repita o erro de 2018.