Brasil integra 20 universidades à rede dos Brics
Instituições de todas as regiões do país representarão o Brasil nos 11 temas da Brics Network University, que celebra 10 anos com expansão e novos projetos
A educação superior pública brasileira deu mais um passo importante no fortalecimento da cooperação internacional. Nesta segunda-feira, 12 de maio, o Ministério da Educação (MEC) presidiu a reunião do Conselho Internacional de Governança (IGB) da Brics Network University (Brics-NU), rede acadêmica dos países que compõem o grupo Brics. O encontro, realizado por videoconferência, marcou os 10 anos da iniciativa e formalizou a ampliação da participação brasileira: agora, 20 universidades do Brasil integram a rede.
A Brics-NU é uma iniciativa criada em 2015 para fomentar pesquisas conjuntas, programas de mobilidade acadêmica e projetos educacionais inovadores em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável. Inicialmente composta por instituições do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a rede vem se expandindo e, desde 2023, passou a incluir também Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos. Indonésia e Etiópia devem se juntar ainda este ano.
Com a recente atualização, a distribuição atual de universidades na rede é a seguinte:
- África do Sul: 14 instituições
- Brasil: 20 instituições
- China: 20 instituições
- Egito: 20 instituições
- Emirados Árabes Unidos: 12 instituições
- Índia: 12 instituições
- Irã: 19 instituições
- Rússia: 20 instituições
Além da Assessoria Internacional do MEC, participaram da organização da reunião a Diretoria de Relações Internacionais da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o Comitê Coordenador Nacional.
Representatividade e expansão temática
Com a nova composição, o Brasil passa a atuar em todos os 11 grupos temáticos da rede. São eles:
- Ciências da Computação e Segurança da Informação
- Estudos dos Brics
- Energia
- Ecologia e Mudança do Clima
- Recursos Hídricos e Controle da Poluição
- Economia
- Ciências da Saúde
- Matemática
- Ciências Naturais
- Ciências Sociais e Humanidades
- Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar
Em nove desses temas, o Brasil será representado por duas instituições; nos dois restantes, por uma. O processo de seleção, conduzido pela Capes e pelo Comitê Nacional, garantiu representatividade regional — com universidades do Centro-Oeste (2), Sul (4), Nordeste (5) e Sudeste (9) — e também equilíbrio de gênero, já que 50% das propostas selecionadas foram assinadas por pró-reitoras mulheres.
As instituições selecionadas estão localizadas tanto em capitais quanto em cidades do interior, reforçando o papel da educação pública como pilar estratégico para o desenvolvimento nacional e regional.
Expansão da quota e novos projetos
Durante a reunião do IGB, o Brasil propôs — e teve aprovado — um aumento no número máximo de universidades participantes por país, que agora passa de 20 para 22 instituições. A mudança visa permitir a atuação de até duas universidades em cada um dos 11 temas. A comissão nacional brasileira ainda irá se reunir para definir os critérios de nomeação das duas instituições adicionais.
Também estiveram em pauta novas iniciativas da Brics-NU, como:
- Criação de uma revista científica internacional da rede
- Lançamento de editais específicos de mobilidade acadêmica de professores e estudantes
- Desenvolvimento de cursos de mestrado com diplomação múltipla entre as instituições-membro
Compromisso com a educação pública internacionalizada
A CONTEE celebra o protagonismo da educação pública brasileira nesse espaço estratégico de cooperação entre países emergentes. A participação ampliada do Brasil na Brics Network University reforça o compromisso com ciência, soberania, desenvolvimento sustentável e justiça social, alinhado aos valores que a Confederação defende.
Com informações do MEC.
Por Romênia Mariani




