Eleições de outubro são a prioridade e o divisor de águas para Contee, entende Gilson Reis

O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis entende que a prioridade da Confederação, neste momento histórico porque passa o País são as eleições de outubro, quando as brasileiras e brasileiros vão às urnas para eleger novo presidente da República, governadores de estado, senadores, deputados federais, estaduais e distritais (DF).

Reis expressou esse entendimento, corroborado pelos demais membros da Diretoria Executiva da Confederação, realizada nas últimas quinta e sexta-feira (27), de forma presencial, em Brasília.

Antes de se debruçar sobre a extensa pauta tratada pelos dirigentes, a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), a convite da Executiva, fez análise de conjuntura para contribuir com o debate político e a tomada de decisões do corpo dirigente da Contee.

Substituição da realidade por “narrativas”

Em fala assertiva, a deputada externou que o País está sob “luta árdua e muita barbárie”, patrocinada e defendida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição em outubro.

O governo sob Bolsonaro, segundo a deputada, substituiu a “realidade por narrativas”, expressão que os bolsonaristas gostam de usar. Trata-se, na opinião de Kokay, de “negacionismo estrutural” por parte do presidente da República e dos seguidores-eleitores dele.

A deputada alertou que o País passa por “arbitrário e excludente”. É a “desconstrução do que o Brasil construiu”, disse a parlamentar para mostrar o significado do governo Bolsonaro para a Nação.

Retirada de direitos

O governo Bolsonaro, ainda segundo a parlamentar, significa “retirada de direitos”. Isso indica, no entendimento da deputada, que esses “direitos não estavam enraizados”, pois foram suprimidos com relativa facilidade por deputados e senadores neoliberais, maioria no Congresso, e ratificados pelos presidentes Michel Temer (MDB), e agora, Bolsonaro.

De forma direita e violenta, Bolsonaro atacou direitos dos trabalhadores. E mirou ainda na educação e cultura. Dois alvos que são constantemente afetados pelo governo, com corte de verbas orçamentárias e discursos discriminatórios, preconceituosos e mentirosos por parte do presidente e dos seguidores dele.

A fala da deputada foi muito expressiva e ajudou os dirigentes a entender o nível da luta política que a bancada de oposição trava no Congresso com o governismo bolsonarista engendrado pela maioria parlamentar – o chamado Centrão.

Pauta da reunião

Após a fala da deputada e os sucessivos debates que ocorreram em torno da análise de conjuntura elaborada por Kokay, os dirigentes se debruçaram sobre a pauta de trabalhos da reunião: quinta (26) – Encaminhamentos do Seminário de Educação Básica e Conape; e Encaminhamentos do Seminário de Comunicação. Sexta (27) – Campanha Salarial 2022; Questão Internacional: CEA, CPLP, Fenprof; e Questões financeiras e Informes.

Resumidamente, em relação ao Seminário de Educação Básica, o encaminhamento foi elaborar documento com principais pontos que devem fazer parte de texto para entregar, na Conape, ao presidenciável Lula.

Esse documento vai ser elaborada à várias mãos por membros de diversas secretarias, como a Jurídica, a de Assuntos Educacionais e também a de Organização Sindical da Contee.

Seminário de Comunicação

Além dos desdobramentos que serão encaminhados pela Secretaria de Comunicação, a Executiva entende que é necessário construir o “Sistema de Comunicação” da Contee. Para isso, serão necessários processos empreender processos de convencimento político nos sindicatos e federações.

Houve entendimento que o portal da Contee deve “entrar” na disputa político-eleitoral, pois para o coordenador-geral não deve haver dúvidas em relação ao que está em disputa. “É Lula ou Bolsonaro”, sintetizou. Gilson Reis exortou que os dirigentes escrevam artigos sobre as eleições, a fim de ajudar o segmento a se posicionar de forma clara e objetiva em relação à disputa em curso.

Para isso deverá ser aberto espaço no portal, algo como “Contee nas eleições”, para que esses conteúdos sejam publicados para ampla divulgação.

Campanha salarial

De modo geral, segundo informes e debates realizados na reunião, a campanha salarial realizada pelos sindicatos em todo o Brasil, segue, mais ou menos, as mesmas dificuldades no enfrentamento com o patronato. Em nenhuma negociação, até o momento, houve a reposição das perdas inflacionárias (12,74%), segundo os dirigentes.

Em junho, a Contee deverá realizar fórum de entidades — sindicatos e federações — para obter mais informações sobre como está esse processo. Essa reunião vai ser virtual. E ainda vai tratar sobre assuntos relativos à Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), que ocorreu em abril, em São Paulo.

Questões internacionais

Nessa parte da pauta, o encaminhamento foi pela manutenção da política e contatos internacionais (CPLP e CEA), independentemente das dificuldades financeiras da Contee. Isso foi e está em curso, pela Secretaria de Relações Internacionais.

Finanças

Depois de explicações, pelo secretário de Finanças da Contee, sobre a situação financeira da Confederação, os dirigentes trataram de encaminhamentos práticos relativos à arrecadação da Confederação, relação com as entidades nesse quesito e como manter a aprimorar eficiente sistema de finanças.

Está claro para os dirigentes da Confederação, que a questão financeira da entidade não é algo meramente monetário, é também político. Isto é, nenhuma entidade vai ser excluída dos debates políticos por razões financeiras, segundo o entendimento coletivo da Executiva.

Novas reuniões

As diretorias Executiva e Plena da Contee deverão fazer reuniões entre junho e julho. Houve o entendimento que em agosto e setembro não vai haver reuniões, por razões óbvias, pois o País estará sob o debate político-eleitoral e em campanha Brasil afora. Salvo, evidentemente, situações extraordinárias.

Assim, esses encontros formais da Contee serão retomados em novembro, após, se houver o segundo turno presidencial.

Marcos Verlaine