Em Brasília, Congresso da UNE abre defendendo democracia e reconstrução do Brasil
“Sem anistia e sem perdão. O povo quer Bolsonaro na prisão”, foi a palavra de ordem usada com frequência nos intervalos das intervenções
Com dez mil participantes e quase oito mil delegados, começou na noite desta quarta-feira (12), no Centro Comunitário Athos Bulcão, da Universidade de Brasília (UnB), o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O evento ocorre até domingo (16) na capital federal.
O encontro abriu com intervenções contundentes em defesa da democracia, contra o fascismo e pela reconstrução do país.
O lema do evento é “Em defesa da democracia: enfrentando o autoritarismo e o discurso de ódio no Brasil”.
“Sem anistia e sem perdão! O povo quer Bolsonaro na prisão”. era a palavra de ordem usada com frequência nos intervalos das falas, sempre acompanhada pelos instrumentos de percussão que marcavam o tom festivo do evento.
“Nossa perspectiva é que seja um Congresso que fale sobre a democracia e que, principalmente no próximo período, a gente consiga levantar a bandeira da educação como vetor importante para a transformação do Brasil”, disse a presidente da entidade, Bruna Brelaz.
Ela antecipou que o movimento Bloco na Rua da União da Juventude Socialista (UJS), que tem como candidata à presidência Manuella Mirella, possui 48% dos delegados inscritos no encontro. “Vai ser um encontro repleto de emoções”, previu Brelaz.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), representou a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, e a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), agitou a moçada ao anunciar a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na plenária desta quinta-feira (13).
Alice Portugal disse que os estudantes voltaram a seu reunir presencialmente para comemorar a derrota do neofascismo.
“É sem dúvida o primeiro grande ato sob o olhar vigilante de Honestino Guimarães [ex-presidente da UNE que está sendo homenageado] que grita fora Bolsonaro, fora o fascismo”, disse a parlamentar.
“Se o Lula voltou a subir aquela rampa do Palácio do Planalto, ele deve muito as mulheres e a juventude brasileira. Então a nossa responsabilidade é muito grande e não tenho dúvida de que isso começa pela educação, reforçar nossas universidades. E aqueles que atentaram contra a democracia têm de responder pelos crimes que praticaram”, defendeu Gleisi Hoffmann.
A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, destacou o fim do programa de militarização das escolas. “É muito simbólico essa comemoração ser no ato de abertura da nossa entidade máxima”, festejou.
“Hoje é um dia muito importante para o movimento estudantil porque significa o fim de um cilo político que nós enfrentamos durante os últimos seis anos”, ressaltou o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduando (ANPG), Vinicius Soares.
“A UNE foi fundamental na defesa das nossas universidades, do país e na resistência que tivemos nos últimos anos. Fomos acusados de fazer balburdias quando estiveram aqui a UNE e o Fernando Haddad. Tiraram da gente orçamento e calaram reitores”, lembrou a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura.
O evento contou ainda com a presenças de outros reitores, representantes dos movimentos populares e sindicais.