Encontro avalia que democratização da mídia é urgente no país

É urgente promover a democratização dos meios de comunicação no país. Essa foi a opinião geral dos palestrantes durante o debate sobre Democratização da Mídia no Brasil, realizado na quarta-feira (14), no PAF V da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento contou com as presenças do editor do Portal Vermelho, José Reinaldo, do professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Fernando Conceição, e do diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA, Messias Bandeira.

O evento contou com as presenças do editor do Portal Vermelho, José Reinaldo, do professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Fernando Conceição, e do diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA, Messias Bandeira.

Durante o debate, o professor Messias Bandeira disse que os meios de comunicação cumprem um papel fundamental na sociedade por mediar o mundo da política, da ciência, da cultura e da esfera pública. “Enquanto mediadores, eles ganham uma posição de autonomia e também de alcance muito grande na sociedade. Os meios de comunicação precisam entender um pouco dessa responsabilidade social e da necessidade de um acesso amplo às pessoas também ao direito a comunicação.”

Nessa perspectiva, ele acredita ser adequado discutir a democratização das mídias, pois o histórico do Brasil nessa área não é exemplar do ponto de vista mundial. Messias declara ainda que todo profissional da área de comunicação deve perseguir a isenção da informação e a imparcialidade, mesmo com as dificuldades a serem enfrentadas.

Durante o debate José Reinaldo abordou a dimensão internacional da monopolização das mídias no sentido de demonstrar que o mundo enfrenta o problema do imperialismo estadunindense e os seus aliados, que monopolizam os meios de comunicação e realizam um ‘terrorismo midiático’. “Esse terrorismo consiste em utilizar os meios de comunicação para fazer pressão e chantagem com outros povos, com outros governos progressistas, contra forças revolucionárias e comunistas no mundo.”

Segundo ele, quando essas forças imperialistas querem agredir uma nação elas recorrem à mídia, que começa a demonizar aquele país e seu regime, além de justificar aos olhos da opinião pública a realização de uma guerra. “Isso é algo tão absurdo que a mídia chega ao ponto de conseguir naturalizar as guerras, transformar em algo natural. A luta da democratização não é só nossa. Ela tem relação com o processo de libertação nacional e social de todos os povos.”

Impor limites

Para o professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Fernando Conceição, o debate é importante, pois representa uma troca de ideias com outras duas pessoas que tem trabalhado com a questão da democratização da comunicação. Sobre o monopólio da comunicação nas mãos de alguns grupos, Conceição afirma que este é um fenômeno global, já que quando a comunicação se torna negócio, ela é apropriada por grupos e investidores.

“É preciso que cada estado-nação discuta limites para o grande poder que esses grupos de mídia no mundo adquiriram. Isso ocorre em qualquer país democrático; a possibilidade de impor limites. Acabamos de ver na Grã-Bretanha depois do escândalo envolvendo a News Corporation. O estado britânico criou uma comissão para tentar por limites aos abusos cometidos por esses grandes grupos sem que isso signifique censura”, pontuou Conceição.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro

Do Portal Vermelho

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