Engarrafamentos e superlotação nos transportes voltam com o relaxamento da quarentena
Pressionados pelos empresários e o governo federal, alguns governadores e prefeitos decidiram relaxar a quarentena e autorizar o funcionamento de vários ramos não essenciais da economia num momento em que o número de vítimas da doença se acelera.
Os especialistas já alertaram que isto vai resultar no agravamento da pandemia, com mais casos e mortes, e relatos de profissionais da saúde indicam que postos de saúde e hospitais já começaram a sentir os efeitos do liberalismo das autoridades. Reportagem do G1 sobre a situação dos transportes no Rio ilustra esta realidade. Leia abaixo:
A cidade do Rio registrava às 7h desta segunda-feira (8) um engarrafamento de 9 km, segundo o Centro de Operações Rio (COR). Nas três segundas-feiras anteriores não havia congestionamento.
Às 8h, o registro de lentidão chegava a 21 km, quatro vezes maior que nas últimas 3 semanas, quando a média de congestionamento no mesmo horário foi de 5 km.
Às 10h, o panorama era bem parecido, com 19 km de congestionamento contra os 7 km registrados em média nas últimas 3 semanas.
Segundo o COR, por volta das 7h50 havia lentidão no sentido Centro da Avenida Brasil, na altura do Realengo, em Guadalupe, em Coelho Neto.
Já no sentido Zona Oeste, as principais retenções eram entre Coelho Neto e Barros Filho e na altura de Deodoro.
Antes das 6h15, um acidente envolvendo um carro deixava a Linha Vermelha bastante congestionada na altura da Rodovia Washington Luís. A saída de Duque de Caxias também era complicada.
Este é o primeiro dia útil após a flexibilização das medidas de isolamento no estado. Os transportes intermunicipais voltaram a operar sem barreiras, mas obrigam o uso de máscara.
O decreto assinado pelo governador Wilson Witzel também suspendeu as restrições nos trens, no metrô e nas barcas. Até então, só pessoas que trabalham em serviços essenciais podiam embarcar. Agora, a viagem está liberada para todos.
Alguns serviços, como o BRT, ficaram lotados. Além de colocar em risco a saúde dos passageiros a superlotação de ônibus, trens e metrôs é um risco a mais imposto aos trabalhadores em transportes, que realizarão uma live nesta terça-feira (9) para debater o tema.
Registre-se que na quinta-feira (4), após a divulgação da flexibilização no município do Rio, a cidade já tinha registrado congestionamento quatro vezes maior em comparação com as últimas três semanas no município do Rio de Janeiro. Segundo o Centro de Operações, às 9h, havia 9 km de de retenções na cidade enquanto a média anterior era de 2 km.




