Entidades assinam carta-compromisso pelo direito à educação das meninas negras
Apoiada pela Campanha, iniciativa é desdobramento da pesquisa “A educação de meninas negras em tempos de pandemia: o aprofundamento das desigualdades”, realizada pelo Geledés - Instituto da Mulher Negra
Dezenas de entidades – incluindo a Campanha Nacional pelo Direito à Educação – assinam carta-compromisso pelo direito à educação das meninas negras. A iniciativa é desdobramento da recente pesquisa “A educação de meninas negras em tempos de pandemia: o aprofundamento das desigualdades”, realizada pelo Geledés – Instituto da Mulher Negra.
O levantamento revelou, entre outras evidências, que meninas negras têm menos acesso ao ensino remoto do que qualquer outro grupo de estudantes (meninos brancos e negros, e meninas brancas, majoritariamente) no município de São Paulo durante a pandemia.
A carta-compromisso alerta para “a necessidade de olhar para a situação deste grupo específico a partir das suas especificidades e subjetividades, para que nenhuma menina negra fique ainda mais para trás nesta sociedade, já tão desigual onde as crianças e adolescentes negras são as últimas da fila depois de ninguém”, diz o comunicado do Geledés.
O formulário para assinaturas de organizações está acessível aqui.
As entidades subscrevem às seguintes ações urgentes para a garantia e efetivação do direito à educação das meninas negras, e consequentemente de todas as crianças:
1. Políticas de redistribuição de renda que garantam condições financeiras e segurança para que as famílias em contexto de vulnerabilidade possam cumprir o período de isolamento social;
2. Acompanhamento e orientação das famílias para a realização das atividades escolares e garantia de outros direitos durante o período de isolamento social;
3. Disponibilizar equipamentos e o acesso universal à Internet gratuito para estudantes da educação básica e profissionais da educação durante o período de ensino remoto;
4. Busca ativa de estudantes que evadiram durante o período do ensino remoto, com recorte de raça e gênero, com a realização de pesquisa sobre as condições para o cumprimento das atividades escolares e elaboração de políticas públicas para a permanência desses grupos nas escolas;
5. Criação de políticas e programas de ações afirmativas na educação voltados aos estudantes negros e às meninas negras, com metas de equalização para a redução das desigualdades educacionais;
6. Formação de profissionais da educação em raça e gênero;
7. Implementação de propostas pedagógicas que contemplem raça e gênero;
8. Monitoramento das condições de vida das crianças e adolescentes nos territórios mais vulneráveis, e acompanhamento da aprendizagem.
Saiba mais no site do Geledés – Instituto da Mulher Negra.