Entidades Sindicais e Eleições de outubro de 2022. O que fazer?

As eleições para Presidente da República, Governadores dos Estados, Senadores, Deputados Federais e Deputados Estaduais se aproximam. Estarão entre as mais importantes e decisivas da História do Brasil. Ou se aprofundará o fascismo, ou abriremos novos horizontes para a construção de uma sociedade justa e solidária. Ou caminhamos para a barbárie ou para a civilização.

Em função dessa importância, os diretores e diretoras das entidades sindicais devem se envolver fortemente na luta das ideias, procurando o fortalecimento da democracia, dos direitos trabalhistas, da soberania nacional. Dependendo do resultado dessas eleições, a organização sindical poderá se fortalecer ou poderá ser praticamente destruída.

O CES com 37 anos de existência, participando na luta das ideias, contando com inúmeros trabalhadores e trabalhadoras em cursos, palestras, planejamentos estratégicos situacionais, seminários, conseguiu acumular muitas reflexões e propostas para o Movimento Sindical, relativas às várias atividades que são desenvolvidas.

Resumidamente, em relação a estes meses que nos separam da realização das eleições de outubro de 2022, baseados nessa experiência acumulada, sugerimos aqui algumas propostas concretas que as entidades sindicais poderão desenvolver:

  1. Debater nas diretorias das entidades sindicais a necessidade de priorizar a participação nas eleições de outubro de 2022; dedicar-se prioritariamente, nos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro (se houver segundo turno) a atividades que direta ou indiretamente se refiram às eleições;
  2. Realizar palestras e debates com temas que se referem às eleições, como por exemplo:
    1. Conjuntura Política Nacional e da América Latina;
    2. Conjuntura Política e os Desafios do Movimento Sindical;
    3. Análise das Eleições de 2022, a luta pela Democracia e os projetos em disputa;
    4. Comunicação e fake news;
    5. Gênero, Raça e Classe e a luta contra as desigualdades;
      As palestras e debates deverão ter como público-alvo as diretorias, a categoria em geral e outros diretores e diretoras de outras entidades que tenham interesse;

3. Nas reuniões de Diretoria, nas Assembleias, nos Congressos das entidades, reservar um tempo para debater eleições, quer seja sobre a importância delas, que seja sobre o que fazer.

4. Subsidiar lideranças dos trabalhadores e as trabalhadoras com textos, cujos conteúdos deverão ser utilizados, quando possível, nos locais de trabalho, tendo como objetivo conscientizar a categoria. Estes textos deverão ser acompanhados de uma mensagem em que as entidades sindicais indicam às lideranças o que ela deve fazer com a leitura e divulgação do conteúdo do texto;

5. Utilizar os meios de comunicação das entidades para mostrar a importância das eleições e de se votar em candidatos (as)comprometidos(as) com os interesses dos(as) trabalhadores(as), pelos seus Direitos, pela Democracia, por um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda, pela Soberania Nacional ; não votarem em candidatos(as) que defendem interesses do grande capital, que defendem posições que favorecem o fascismo.

6. Realizar atividades culturais e educacionais que ressaltem a importância da Democracia, dos Direitos Humanos e da Soberania Nacional, destinadas à diretoria do sindicato e à categoria.

7. Participar – juntamente com as Federações, Confederações , Centrais Sindicais e Movimentos Sociais em geral – da elaboração de propostas relativas às políticas públicas (educação, saúde, cultura, meio ambiente, questão racial, das mulheres, etc); propostas estas que deverão ser apresentadas aos(às) candidatos(as), solicitando a eles(as) um posicionamento que deverá ser considerado para o apoio ou não de suas candidaturas.

8. Estimular que, nos meios de comunicação das entidades, os membros da categoria possam se manifestar indicando candidatos(as) que defendem os interesses da categoria;

9. Falar sobre a importância das eleições e da necessidade de votar em candidatos progressistas com os participantes da categoria e com trabalhadores em geral, em todas as oportunidades que surgirem;

10. Procurar relacionar a luta econômica com a luta política e de ideias , no que se refere ao atendimento feito aos (às) trabalhadores(as), pelos(as) funcionários(as), diretores(as), departamentos jurídicos e previdenciários. Exemplificando: um(a) trabalhador(a) procura o sindicato para que  seja feita a defesa dos seus direitos; quem atende – funcionário(a), diretor(a), advogado(a) – deve fazer os encaminhamentos necessários e deve demonstrar ao (à) trabalhador(a) que aquele direito foi fruto da luta desenvolvida e que está sendo ameaçado por determinados projetos ou intenções manifestadas por determinadas autoridades.

São algumas propostas para serem debatidas e, se aceitas, deverão ser aplicadas pelas entidades. Caso os (as) leitores (as) deste artigo, tenham outras propostas nesse sentido, por favor, nos transmitam, para que possamos adicionar a essa série  e podermos assim, colaborar com a eleição de candidatos e candidatas comprometidos(as) com os interesses da classe trabalhadora.

Do Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho – CES

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também
Fechar
Botão Voltar ao topo