“Escola de exclusão forma subjetividades autoritárias”, aponta Madalena Guasco
Coordenadora da Secretaria-Geral da Contee participou, nesta terça-feira (9), da primeira transmissão do curso Diálogos Formativos, do MEC, com o tema “Proteção e segurança na escola: questões educacionais”
“Quais concepções a palavra escola carrega?” Essa foi a pergunta inicial colocada à coordenadora da Secretaria-Geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, na noite desta terça-feira (9), durante a primeira transmissão do curso Diálogos Formativos. O tema do encontro, transmitido no canal oficial do MEC (Ministério da Educação) no YouTube, foi “Proteção e segurança na escola: questões educacionais”.
Além de Madalena, participaram do debate a coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, e a professora Catarina de Almeida Santos, da UnB (Universidade de Brasília). A conversa foi mediada pelo coordenador-geral de Políticas para a Juventude do MEC, Yann Evanovick.
“A educação é uma área de conhecimento que se desenvolve historicamente. E, nesse desenvolvimento histórico, ela tem uma ligação com a concepção de conhecimento da época, além de carregar uma concepção de sociedade”, começou a dirigente da Contee.
“A escola é parte da educação e também está ligada a uma concepção de sociedade e de conhecimento. É um local de formação de sujeitos e esses sujeitos são históricos”, destacou. “A criança e o jovem passam a maior parte de sua vida na escola. E a escola tem que optar por qual é a concepção de formação para esse indivíduo, esse sujeito.”
Madalena ressaltou que, “se a escola é uma escola de exclusão, onde reina a disputa e o individualismo, onde impera a meritocracia, onde há a ideia de um currículo ligado a avaliações estatísticas, onde não se discute diversidade e não se respeita a diferença, teremos uma escola que forma subjetividades autoritárias”. E acrescentou: “Não só autoritárias, mas uma subjetividade triste e uma subjetividade do ódio”.
Por isso, para ela, o que está em discussão é “qual concepção de escola é capaz de enfrentar o momento sério e grave que estamos vivendo hoje”. Sobre isso — os ataques violentos a escolas brasileiras, que aumentaram exponencialmente nos nos últimos meses —, Madalena ponderou que “não basta se discutir na escola a concepção de medo, muito menos a concepção de segurança”.
“O que vai resolver o problema”, continuou, “é exatamente uma reflexão profunda que a comunidade escolar tem que ter para um debate democrático sobre quais são seus problemas e como enfrentá-los, envolvendo todo mundo que é sujeito no processo educativo”.
Assista à conversa completa
Táscia Souza