Estudantes presos por se manifestarem contra projeto de Tarcísio têm liberdade provisória
Os sete estudantes foram detidos em ação violenta da Polícia Militar na Assembleia Legislativa durante votação de projeto do governador que cria escolas militares em São Paulo
Os sete estudantes presos por se manifestarem contra o projeto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de criar escolas militares tiveram liberdade provisória nessa quarta-feira (22), após audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, na capital paulista. Eles foram detidos na tarde de terça (21) na Assembleia Legislativa, durante ação violenta de agentes de um Batalhão de Ações Especiais de Polícia, durante sessão que aprovou o projeto. E levados para a 27ª Delegacia de Polícia, no Campo Belo.
Segundo advogados, houve a tentativa da polícia de imputar aos estudantes crimes de desobediência, desacato e associação criminosa, para agravar as acusações contra os jovens. E assim justificar as prisões em uma manifestação em que a violência partiu justamente da polícia. Os esforços serão para que os processos sejam arquivados, já que entendem que não há base para uma denúncia criminal.
Os jovens receberam a solidariedade de parlamentares, trabalhadores e movimentos sociais. “Nós ferroviários da CPTM e o Comitê de Luta Contra a Privatização da CPTM prestamos toda solidariedade aos jovens e estudantes brutalmente agredidos pelo batalhão de choque do Tarcísio, com violenta repressão policial”, disseram os coletivos, que vão realizar reunião pública neste sábado (25), às 16h, no centro cultural SP. O objetivo é articular a luta contra as privatizações.
Polícia de Tarcísio faz escola na agressão e prisão de estudantes
Não é a primeira vez que estudantes são presos na Assembleia Legislativa por se manifestarem contra propostas de Tarcísio de Freitas. Em 6 de dezembro, durante sessão em que se discutia a privatização da Sabesp, a polícia reprimiu e prendeu manifestantes. Na ocasião foram presos a presidente estadual da Unidade Popular (UP) em São Paulo, Vivian Mendes, que tentou proteger outros militantes da agressão policial. E também os estudantes Hendryll Luis e Lucas Carvente.
Fapesp
O episódio de ontem ocorreu no mesmo dia em que, pela manhã, a mesma Casa Legislativa realizou audiência pública para discutir a proposta do governo de cortar 30% no orçamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Como destacou a doutoranda pela USP Gabriela Beraldo, diretora da Associação Nacional de Pós-Graduandos, “hoje, mais do que nunca, a gente sabe que o Tarcísio é o grande inimigo da educação em São Paulo, dos secundaristas aos pós-graduandos”.
Redação: Cida de Oliveira – Edição: Helder Lima