Fantástico chama empregados de aplicativos de “empreendedores” e apanha nas redes

O Fantástico, programa da TV Globo, exibiu uma reportagem na noite deste domingo (12) sobre o uso de aplicativos e redes sociais por pessoas desempregadas como forma de obtenção de renda. O trabalhador informal é tratado na matéria como “empreendedor”, termo que gerou críticas nas redes sociais. Internautas acusam o programa de promover a chamada “glamourização” do trabalho precarizado.

Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que 41% da população ocupada do país atua no mercado informal. O número de desempregados continua alto, beirando os 12 milhões, apesar da leve redução nos últimos meses.

No entanto, de acordo com a reportagem do Fantástico, o uso de redes sociais e aplicativos para o trabalho, como é o caso de motoristas de Uber e entregadores do iFood, nada mais é do que uma “reinvenção” talentosa de quem quer “melhorar o próprio negócio”, ignorando as jornadas exaustivas, o salário baixo e a falta de benefícios de quem recorre a esse mercado.

“O Fantástico quer convencer as pessoas de que trabalho precário e informalidade é sinônimo de empreendedorismo. Uma trabalhadora afirma: ‘A gente empreende desde que nasce. Eu também chamo isso de sobrevivência’. Não caiam nessa. Insegurança econômica não tem nada de glamoroso”, escreveu Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.

“To impressionado com essa matéria do Fantástico romantizando jovens ‘empreendedores’, na verdade isso é resultado do desemprego em massa que essa merda desse governo que vocês apoiaram não está resolvendo, trabalho intermitente e frila não é normal para uma economia sadia”, escreveu outro internauta.

O jornalista Murilo Ribeiro chamou atenção para o nervosismo do apresentador Tadeu Schmidt ao ler uma crítica à reportagem durante o programa. “Aí o Fantástico exibe uma matéria falando das maravilhas do ‘empreendedorismo’. Aí, depois, o Tadeu teve que ler esse esculacho do telespectador ao vivo. E se embolou todo. Que constrangimento!”, disse.

Revista Fórum

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