Feche-se o foco em Felipe Curi: ele é o Eichmann de Castro

Secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro liderou estratégia de execução de 130 pessoas na chacina da última 3ª feira. Ele coreografou todos os gestos para ser “a encarnação do mal”

Antes da coletiva do “aparato de segurança” do estado do Rio de Janeiro, no fim da manhã desta 4ª feira, o delegado Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do “governo” Cláudio Castro, tratou de escanhoar a careca e lustrá-la como pedia a ocasião. Escolheu uma gravata neutra que combinasse com o terno cinza. Checou se o vídeo curto com números consolidados contendo a versão dele para a chacina do dia anterior estava de acordo com a encomenda feita a assessores. Achou que estava. Sentiu-se, enfim, apto para brilhar da forma como sempre quis no púlpito da Cidade da Polícia durante a entrevista que os líderes da trágica Operação Contenção, que deixou um rastro de mais de 130 mortos, dariam.

Curi não foi o formulador solitário da carnificina. Contudo, foi um dos comandantes gerais da estratégia. O delegado detesta jornalistas, despreza Organizações Não Governamentais, não tem respeito por instituições civis e não gosta de órgãos da sociedade civil como Ordem dos Advogados ou movimentos como Sou da Paz e Rio de Paz. Durante a coletiva policiou-se para não perder o ar de asco ante cada jornalista que encarava nas cadeiras da plateia, localizadas estrategicamente abaixo da “mesa de comando”. Todas as vezes em que falava de “narcoterroristas” referindo-se aos criminosos e traficantes mortos, apontava para a turma da imprensa sinalizando que repórteres e os chacinados eram da mesma estirpe. Ia daí, encontrava sempre uma forma de usar a expressão “narcoativistas” fazendo o dedo indicador pasear em torno da plateia onde estavam os jornalistas.

Foi Felipe Curi, mais do que o governador Cláudio Castro com suas frases claudicantes e sua gagueira nervosa, quem encarnou a face explícita de todo o mal que a extrema-direita quer projetar para si a partir da mais violenta e sangrenta operação policial de toda a história cruel e mortal do estado. O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro estabeleceu para si a meta de emergir do mar de sangue que tomou conta do Complexo do Alemão e das zonas Oeste e Noroeste da capital carioca como a face das estratégias malévolas daquela trupe de aéticos e de anticristos que governa o estado.

A ausência de valores humanos, de respeito aos princípios éticos da civilidade, foi a marca de Adolf Eichmann, o tenente-coronel da SS e da Wehrmacht de Hitler para encaminhar “a solução final”: o holocausto. O brilho da calva de Felipe Curi na entrevista coletiva dos defensores da Morte nesta 4ª feira no Rio de Janeiro conferiu ao delegado a dimensão de Eichmann numa escala evidentemente do tamanho da periferia carioca e para a turma destrambelhada do bufão Cláudio Castro.

Fonte
ICL Notícias

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