Fepesp: O manifesto dos profissionais de educação em defesa da vida
Apeoesp, Fepesp e seus sindicatos integrantes, e muitas outras entidades sindicais e representativas de profissionais da educação afirmam: ‘sabemos que a aprendizagem se recupera – mas, vidas, não!’
“A pandemia de Covid-19 que assola o mundo coloca em xeque o direito mais importante e elementar da humanidade: o direito à vida.
Para preservá-la, todas a medidas devem ser tomadas. É preciso deter o novo coronavírus. E a maneira de fazê-lo, enquanto não há vacinas disponíveis para todos, é conter a circulação de pessoas e restringir radicalmente todas as situações que favoreçam o contágio.
Por isso, manter as escolas fechadas e dar continuidade às atividades educacionais de forma remota é imprescindível, pois a concentração de pessoas nas unidades escolares facilita a infecção, e a realidade de escolas públicas e privadas é que não oferecem as condições estruturais e pessoal em número suficiente para o cumprimento dos protocolos sanitários definidos pelas autoridades de saúde em nível internacional.
Mesmo reconhecendo a existência de 741 casos de infecção – considerando a subnotificação – em escolas públicas (estaduais e municipais) e privadas no estado de São Paulo, o secretário estadual da Educação mantém uma posição irresponsável e insana, recusando-se a suspender as atividades presenciais. Da mesma forma procede o secretário municipal da Educação na cidade de São Paulo e, lamentavelmente, outros governos municipais.
As entidades abaixo assinadas, as que apoiam e as que participam da greve em defesa da vida, cumprimentam as dezenas de prefeitos que já suspenderam aulas presenciais em seus Municípios, demonstrando respeito para com a população e compromisso com a vida de seus cidadãos.
Repudiamos, de forma ainda mais veemente, as atitudes do presidente Bolsonaro, do governo do Estado de São Paulo, do prefeito da cidade de São Paulo, e de outros governadores e prefeitos que agem ativamente no sentido de colocar em risco de forma consciente e irresponsável a vida de professores, estudantes, funcionários e seus familiares, contribuindo para que se mantenha a média de contágios e óbitos em níveis altíssimos, tornando o nosso país um dos epicentros da pandemia.
O retorno às escolas somente será possível com a vacinação e com segurança sanitária nas unidades escolares. Todas as autoridades e agentes públicos que contribuem para a expansão da pandemia e para a ocorrência de mais contágios e mais mortes, serão responsabilizadas.
Estamos em luta e assim nos manteremos, pois sabemos que a aprendizagem se recupera. Vidas não”.