Fepesp: Reforma do Ensino Médio se completa com a BNCC
por Conceição Fornasari (*)
No governo que se instalou no país com o golpe de 2016 a educação sofreu ataques em todas as direções – quer em seu financiamento, quando da aprovação da PEC 95, que reduziu drasticamente as verbas para as políticas públicas, quer em propostas de “reformas” em todas as direções.
Uma dessas ‘reformas’, a do Ensino Médio, nega a formação integral dos estudantes na medida que exclui, reduz, segrega e impede o desenvolvimento dos jovens.
Exclui e segrega os que mais precisam do ensino médio noturno com o fechamento desse período e a promessa do ensino em tempo integral, ao mesmo tempo em que, na aparente “escolha” entre o ensino regular e o profissionalizante, os jovens não terão garantia de acesso à opção Mais adequada. Impede a formação integral e do espírito crítico quando exclui a obrigatoriedade de disciplinas como Sociologia, Filosofia, Artes e mesmo Educação Física.
Além de tudo, permite o gerenciamento das escolas públicas por empresas privadas, em nome de uma suposta eficiência; possibilita convênios para oferecer cursos onde não houver a possibilidade da escola pública; permite a venda de materiais didáticos padronizados, entre outros.
Há uma dupla vantagem para as empresas – lucros para as grandes fundações, com o oferecimento de serviços, gerenciamento de redes e material de educação padronizado, e formação de trabalhadores bem a gosto do capital neoliberal. Associada a essa reforma nefasta a BNCC do Ensino Médio vem completar o desmonte da educação pública nesta etapa fundamental para a juventude. A proposta de reforma, por isso, deve ser rejeitada pela sociedade.
(*) Conceição Fornasari, professora, é coordenadora de Assuntos Culturais e Educacionais da Fepesp e diretora do Sinpro Campinas.