Flávio Dino diz que chacina de Sinop é “resultado trágico da irresponsável política armamentista” de Bolsonaro

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a chacina ocorrida em Sinop, Mato Grosso, por conta de uma aposta em um jogo de sinuca é “mais um resultado trágico da irresponsável política armamentista” de Bolsonaro.

Um dos criminosos tinha registro CAC (Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador) e frequentava clubes de tiro. Em suas redes sociais, já chegou a publicar vídeos se gabando da mira apurada.

“Mais 7 homicídios brutais. Mais um resultado trágico da irresponsável política armamentista que levou à proliferação de “clubes de tiro”, supostamente destinados a “pessoas de bem” (como alega a extrema-direita)”, afirmou Flávio Dino.

A chacina aconteceu na terça-feira (21). Edgard Ricardo de Oliveira e Ezequias Souza Ribeiro perderam R$ 4 mil em uma aposta de sinuca de bar.

Horas depois, os dois voltaram ao local armados com uma pistola 380 e uma espingarda calibre 12mm e mataram sete pessoas, incluindo uma criança de 12 anos. Ao final, os assassinos vão até uma mesa de sinuca e pegam o dinheiro perdido na aposta.

Edgard Ricardo de Oliveira, de 30 anos, tinha registro CAC e era frequentador de, pelo menos, dois clubes de tiro. Ele já publicou em suas redes um vídeo atirando com uma espingarda em um alvo a alguns metros de distância. Edgar Ricardo de Oliveira ostentava ainda em seu perfil nas redes sociais uma foto com boné de Bolsonaro.

Edgard se entregou à Polícia Civil.

Já Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, se escondeu em uma mata a 15km de Sinop e, quando encontrado, trocou tiros com a polícia. Ezequias acabou morrendo ao ser encaminhado ao Hospital Regional de Sinop com os ferimentos do confronto.

O governo Lula está revertendo a política armamentista praticada por Jair Bolsonaro, que facilitou o acesso a armas, aumentou o limite de armas e munições e liberou armas pesadas.

Diversas investigações mostram que pessoas com registro CAC estavam comprando armas e repassando para o crime organizado.

“Armas de fogo sendo desviadas para quadrilhas, negócios ilegais disfarçados, registros falsos, fraudes, falcatruas, crescimento do feminicídio. É isso o que o ‘liberou geral’ produziu. E ele não voltará”, disse Flávio Dino.

“Essas armas de fogo estão indo sustentar quadrilhas”, denunciou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os decretos de Lula que visam o desarmamento da população são constitucionais. “O decreto [de Lula], além de estar compatível com a Constituição e com a lei, está produzindo efeitos positivos no sentido do controle responsável quanto a armas de fogo no Brasil”, comentou o ministro da Justiça.

No dia 1º de fevereiro, o governo federal determinou que as armas de fogo devem ser recadastradas junto à Polícia Federal dentro de 60 dias. Dino falou que esse prazo não será estendido.

Passados os 60 dias, armas não recadastradas serão consideradas proibidas e estarão sujeitas à apreensão, e seus proprietários serão enquadrados como criminosos.

Hora do Povo

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