Futuro sombrio sob Bolsonaro: 41,3% dos jovens pobres desempregados
No 2º trimestre deste ano, 41,3% dos jovens de 18 a 24 anos das classes D e E estavam sem emprego, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior para a série histórica do levantamento, iniciada em 2012.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral do IBGE. A pedido da Globonews, a Tendências Consultoria elaborou o levantamento focado nessa faixa etária e classe social.
O desemprego nessa faixa etária é crítico. Para ter uma ideia, a taxa geral de desocupação no país no 2º trimestre de 2020 foi de 13,3%. Entre os 18 e os 24 anos, ela foi mais que o dobro do geral: 29,7%. Mas a situação fica mais dramática entre os jovens com renda familiar até R$ 2.560 mensais.
Autora do estudo para a Globonews, a Tendências aponta que a menor escolaridade alcançada por esses jovens é um dos motivos que elevam o desemprego para eles. E aponta que, para minimizar o problema, é necessária a adoção de “políticas públicas que pensem a inclusão, na volta e no ingresso do mercado de trabalho”.
Piora nos últimos anos
O levantamento da Tendências para a Globonews mostra que, em 2012, durante o governo Dilma, o desemprego nessa faixa etária e de renda foi 22,9%.
A recessão e as políticas neoliberais impostas pelo golpe de Estado de 2016 agravaram a situação. Em 2016, a taxa tinha crescido para 33,3% – um terço dos jovens mais pobres.
O problema ganhou vulto ainda maior no governo Bolsonaro. Em 2019 a desocupação dos jovens de 18 a 24 anos das classes D e E estava em 35,7%. Agora, em meio à pandemia, a taxa avançou para mais de 40%.
A culpa não deve ser atribuída exclusivamente ao novo coronavírus. As políticas neoliberais impedem a solução do problema, que passa pela ampliação dos investimentos públicos e a recuperação da economia. A juventude brasileira tem um futuro sombrio sob Bolsonaro.