Golpe de 64: a luta pela democracia continua viva
A alcunha de “Dia da Mentira” sob a qual ganhou fama o dia 1º de abril talvez nunca tenha sido tão verdadeira como há 49 anos, quando no primeiro dia do mês de abril de 1964 se concretizou o golpe de Estado, iniciado no dia anterior, que derrubou o presidente João Goulart (Jango) e deu início aos 21 anos de ditadura militar no Brasil.
Mentira porque, sob falsos argumentos de combate à ameaça de uma “ditadura socialista”, setores conservadores da sociedade brasileira – como as Forças Armadas, o alto clero da Igreja Católica e organizações da sociedade civil apoiadas fortemente pelos Estados Unidos –, incomodados com as reformas de base anunciadas pelo governo, implementaram no país um regime de repressão, violência, perseguição política e cassação de direitos. Uma mentira que durou mais de duas décadas na história brasileira, período durante o qual a limitação da liberdade de opinião e de expressão, de imprensa e de organização tornou-se comum, assim como as prisões, os interrogatórios e a tortura daqueles considerados suspeitos de oposição ao regime.
Num momento em que a sociedade brasileira passa sua história a limpo por meio da Comissão Nacional da Verdade e das comissões da verdade implantadas por municípios, estados e entidades, lembrar o aniversário do golpe de 64 neste dia 1º de abril de 2013 é também reafirmar a luta pela democracia. E democracia, aqui, em todos os seus sentidos, incluindo a democratização da comunicação (luta atual na qual a Contee tem se engajado), a democratização do trabalho (com garantia de emprego e valorização dos trabalhadores), a democratização dos espaços sociais (sem discriminação de gênero, classe ou cor), a democratização da educação (com expansão e investimentos numa educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada).
Em nome de todos os trabalhadores em educação, de todos os estudantes e de todos os cidadãos que sofreram na pele as consequências do golpe de 64, enfrentando e combatendo a ditadura, a Contee levanta hoje, mais uma vez, a bandeira da democracia.
Da redação