Governistas cobram cargos após salvar Temer
O “investimento” de Temer para se safar da denúncia por corrupção passiva pode sair pela culatra. Dois dias após a “vitória” governista em Plenário, derrubando, temporariamente, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os aliados começam a cobrar a fatura, reivindicando cargos dos “infiéis”.
Diante do cenário, desde quinta-feira (3) Temer vem se reunindo com ministros e líderes do governo para estudar as “acomodações” e redistribuições de cargos.
Com isso, tenta garantir apoio para o arquivamento de uma segunda denúncia da PGR e para a eventual votação da Reforma da Previdência, que precisa de 308 favoráveis para passar na Câmara. Ministros de Temer têm dito que pretendem aprovar a matéria até outubro deste ano.
No entanto, partidos de oposição defendem que Temer não tem força suficiente para tocar a pauta. “Na própria votação teve deputado reclamando de falta de atendimento dos pedidos. O governo continuará enfrentando muitas dificuldades para suas pautas, pois essa base é voraz e indomável”, afirma o deputado Chico Alencar (PSol-RJ).
A dúvida é reforçada por ameaças da própria base aliada que não quer se comprometer com pauta tão impopular às vésperas de novas eleições.
PSDB
Apesar da falta de apoio dos tucanos na votação da denúncia, Temer está se esquivando em atender as demandas do centrão por mais espaço na Esplanada dos Ministérios. Eles cobram do Planalto os cargos ocupados pelo PSDB em retaliação.
O problema é que Temer conta com votos da legenda para alterar as regras da Previdência, o que deve deixar intocados os ministérios tucanos.