Governo Bolsonaro estimula desindustrialização e aumento das desigualdades
Duas notícias divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo IBGE revelam o estado lastimável da nossa economia com o avanço da desindustrialização e o vertiginoso crescimento das desigualdades ancoradas nas discriminações sociais, sobretudo contra negros e mulheres.
A primeira informação dá conta de que em outubro a produção industrial nacional caiu 0,6% frente a setembro, o quinto resultado negativo consecutivo. O setor acumula nesse período perda de 3,7%. Já em relação a outubro de 2020 a indústria recuou 7,8%, intensificando as reduções de setembro (-4,0%) e agosto (-0,6%).
A este dado, que sinaliza o agravamento do processo histórico de desindustrialização do país, soma-se o resultado negativo do PIB no terceiro trimestre deste ano (-0,1%), que conduziu a economia à chamada recessão técnica.
A outra notícia, péssima, é de que em 2020, quando a pandemia teve ingresso no país, a população ocupada branca ganhou, em média, 73,3% mais do que a preta ou parda, e os homens receberam 28,1% mais que as mulheres.
A população ocupada branca tinha um rendimento médio real de R$ 3.056 no ano passado, enquanto a população preta ou parda ganhava R$ 1.764. Já os homens tinham rendimento de R$ 2.608, enquanto as mulheres receberam R$ 2.037. Tanto os homens quanto os brancos ganharam mais que a média total de 2020, que foi de R$ 2.372.
As atividades econômicas que, historicamente, apresentam os menores rendimentos médios – Serviços domésticos, Agropecuária e Construção – são as que possuem, proporcionalmente, mais pessoas ocupadas de cor ou raça preta ou parda.
Em 2020, a população ocupada branca recebia rendimento-hora superior à população preta ou parda em qualquer nível de instrução. A maior diferença foi no nível superior completo, R$ 33,80 contra R$ 23,40 – aumento de 44,2%. Em média, a diferença foi de 69% em favor da população branca: enquanto os brancos receberam R$ 18,40, os negros ganharam R$ 10,90.
Os indicadores estão em sintonia com os objetivos e a retórica do governo Bolsonaro, o inimigo número um da classe trabalhadora, um líder da extrema direita neofascista que exala racismo, machismo, homofobia e negacionismo.
Da Redação, com informações do IBGE e das agências