Hora tecnológica: como remunerar o trabalho docente

O uso de novas tecnologias na educação tem sido tema recorrente das últimas quatro campanhas salariais dos professores da rede privada do estado de São Paulo. Nesse tempo todo, os sindicatos nunca deixaram de discutir a questão com os professores e também com os patrões.

O assunto é complexo e envolve interesses muito diferentes. Nós, professores, queremos receber pelo trabalho e os mantenedores querem ter a segurança jurídica de que não serão cobrados.

A discussão está limitada aos cursos presenciais e semipresenciais e envolve dois grandes eixos: o trabalho docente que antecede e que sucede a aula presencial e as aulas e atividades a distâncias, criadas em grande parte para substituir total ou parcialmente disciplinas ministradas em salas tradicionais.

O debate gira em torno de três questões centrais: o que deve ser remunerado? Como medir o trabalho? De que forma ele deve ser pago?

O que remunerar?

A proposta defendida pelos sindicatos e pela Fepesp nos últimos anos é que os professores sejam remunerados pelo trabalho que está sendo agregado à atividade docente: disponibilização de conteúdo e atividades em plataformas, interação on-line com alunos e coordenação; participação de fóruns etc.

Estão excluídas as atividades que sofreram apenas alteração do meio em que eram realizadas. A tarjeta, por exemplo, substituída pelo envio digital de notas e as provas, que não são mais entregues em papel.

Como medir o trabalho?

As plataformas interativas dispõem de recursos que permitem medir e controlar o tempo em que o professor permanece on-line. O pagamento deve ser feito pelo número de horas trabalhadas no mês.

O argumento de que esse critério beneficiaria os professores com menor habilidade, que precisam de um tempo maior, não se sustenta. Esse é um problema temporário, resolvido pelo treinamento.

Atividades a distância

Nas atividades a distância, a situação é ainda mais complicada. Em algumas instituições, parte da carga horária antes destinada a aulas presenciais foi substituída por atividades que o aluno pode onde, quando e pelo tempo que quiser. O professor fica responsável pela orientação e avaliação, um trabalho extenso e sub-remunerado.

O professor deve ser remunerado pelo número de horas que usou para realizar o trabalho, tendo como referência o valor de hora-aula pago nas aulas presenciais.

Da Fepesp

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