Ibiúna 45 anos depois: Movimento estudantil reescreve história
Com o objetivo de fazer valer a verdade e a justiça, a União Nacional dos Estudantes (UEE/SP) organiza ampla homenagem para lembrar a prisão de mais de 700 estudantes, durante o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1968, durante o Regime Militar. Essas homenagens comporão o 11º Congresso da UEE/SP, que será realizado em Ibiúna em São Paulo.
Além da homenagem, que ocorrerá durante o 11º Congresso da UEE/SP, entre os dias 14 e 16 de junho, marcará os 45 anos do 30º Congresso da UNE, também ocorrerá a 71ª Caravana da Anistia, em Ibiúna (SP), no próximo sábado, 15 de junho.
Na próxima sexta-feira (14), haverá a inauguração de um monumento em homenagem às lutas estudantis, exibição do documentário A Batalha da Maria Antônia e uma série de painéis de debates.
Durante a Caravana serão julgados os pedidos de anistia de dois ex-estudantes que participaram do Congresso. Após o julgamento dos casos será realizado um ato de reparação coletiva e homenagem aos estudantes detidos pela repressão em 1968.
O Congresso de Ibiúna
Quatro anos após o golpe do Regime Militar, a UNE reuniu cerca de mil estudantes para a realização clandestina do seu 30º Congresso. Durante o encontro mais de 700 pessoas, entre elas as principais lideranças do movimento estudantil: Luís Travassos (presidente eleito), Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e Jean Marc van der Weid.
Um dos objetivos da prisão dos mais dos 700 estudantes era desmontar a organização da UNE se vê obrigada a encolher ainda mais e passa a realizar micro congressos regionais, articulados por Jean Marc Von Der Weid, o presidente, na época, entretanto Jean Marc é preso e assume o seu posto, Honestino Guimarães, que desaparece em 1973, considerado morto pela ditadura militar.
Trabalhos da Comissão de Anistia
Desde o início de seus trabalhos, a Comissão de Anistia já julgou cerca de 180 processos de estudantes presos durante o congresso de Ibiúna.
As Caravanas da Anistia tem por objetivo resgatar a memória e a verdade sobre o autoritarismo, ampliar a transparência dos trabalhos da Comissão de Anistia e aproximar a juventude do tema da luta pelas liberdades democráticas.
Do Portal Vermelho