II Encontro “Hacia un movimiento pedagógico latinoamericano”: Contee presente!

Teve início hoje (19) em Recife, no dia em que o educador Paulo Freire, que nasceu na cidade, completaria 92 anos, o II Encontro “Hacia un movimiento pedagógico latinoamericano”. O encontro, que vai até o próximo sábado (21), é organizado pela Internacional da Educação para a América Latina (Ieal) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e reúne mais de 700 representantes de sindicatos de educadores do subcontinente. A Contee está presente, representada pelos diretores Adércia Bezerra Hostin (Secretaria de Assuntos Educacionais), Cássio Galvão Bessa (Secretaria-Geral), Nara Teixeira de Souza (Secretaria de Assuntos Institucionais) e Rita Fraga (Secretaria de Gênero e Etnia). Antes do encontro, Rita Fraga participou, desde a última terça-feira (17), da reunião da Rede de Trabalhadoras em Educação.

Nesta quinta-feira, no encontro, a Contee divulgou o livreto “Por uma educação verdadeiramente democrática: Lutas e bandeiras dos trabalhadores em educação do setor privado”, que traz o texto-contribuição da Confederação para o debate em duas versões: português e espanhol. No documento, a Contee que “não há como pensar num projeto democrático de educação sem ter a garantia de dois pontos primordiais: de um lado, o fortalecimento da educação pública, democrática e de qualidade e, de outro, a regulamentação da educação privada, com a exigência do cumprimento do papel do Estado no controle, regulação, credenciamento e avaliação da educação, com as devidas referências sociais.”

Além disso, a publicação traz uma análise de alguns aspectos da atual conjuntura educacional brasileira sob quatro óticas: o PNE e a defesa da escola pública; o SNE, o Insaes e a regulamentação da educação privada; a valorização profissional dos trabalhadores em educação do setor privado; e a concepção de escola e de educação.

Na abertura do encontro, o presidente da Ieal, o argentino Hugo Yasky, celebrou a oportunidade de consolidar o movimento pedagógico latino-americano na terra de Paulo Freire e fez um balanço dos desafios que os educadores enfrentam na região. Ele citou o caso da Colômbia como exemplo dos governos opressivos que continuamente ameaça educadores e representantes do povo, caso da senadora Gloria Ramírez, presente no encontro da Rede de Trabalhadoras para a Educação e em defesa de quem foi lançada uma nota ontem (18).

Segundo Hugo, na essência do Movimento Pedagógico Latino-Americano está o objetivo de propor uma educação que seja integral, liberadora, inclusiva, solidária, com equidade de gênero, laica, gratuita e garantida pelo Estado como um direito social. Já o presidente da CNTE, Roberto Leão, falou sobre os desafios que os educadores do continente enfrentam e da importância do debate para a construção de um alinhamento pedagógico conjunto. Inspirado em Paulo Freire, a quem o encontro prestou homenagem nesse primeiro dia, Leão afirmou que o modelo de educação da América Latina precisa incorporar a história e a cultura dos povos que aqui habitavam quando o continente foi colonizado.

A quarta-feira ainda contou com conferência do professor, sociólogo e doutor em ciência política Emir Sader, que defendeu uma educação emancipadora, que combata a alienação. Para tanto, ele ressaltou como fundamental que a escola seja capaz de oferecer ao aluno uma compreensão subjetiva e objetiva do mundo.

Acesse a programação do encontro
Livreto em espanhol

Da redação, com informações da Ieal e da CNTE