Indígenas enfrentam desafios para conquistar diploma de curso superior

O ingresso de indígenas no ensino superior é difícil e, mesmo aqueles que conseguem entrar na universidade, enfrentam desafios que tornam o caminho em busca do diploma bem tortuoso. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em todo o país, são 13.691 universitários indígenas. Só na Amazônia, eles são 4.415. Esse número cresceu nos últimos anos devido à Lei 12.711, a Lei de Cotas, instituída pelo governo federal em 2012, e também às ações afirmativas de algumas universidades que, mesmo antes da lei, abriram vagas em seus cursos para os indígenas, como é o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que oferece vestibular específico e atrai indígenas de todo o país.

Porém, para os especialistas da área, a política de cotas é incipiente porque a questão vai além do ingresso. “Não existe uma política pública de educação indígena em âmbito nacional. Existe sim, essa discussão em torno de cotas, de ingresso diferenciado, mas isso ainda não acontece como deveria acontecer. Existe uma discussão junto ao Ministério da Educação para a criação de uma Universidade Indígena no país porém ainda está tudo no campo da discussão”, comentou a pesquisadora Juliana Saneto.

Além do preconceito, outro desafio enfrentado pelos indígenas é a barreira linguística. A adaptação na universidade também passa pela dificuldade de viver no ambiente urbano. “Não se pode ignorar a diversidade linguística do país. Para o indivíduo ingressar numa universidade ele tem que falar o português. Eles falam mas a maioria não tem um português para ler livros específicos, muitos técnicos”, explica a pesquisadora, Juliana Saneto.

Fonte: Agência Brasil – EBC

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