Indígenas protestam em várias cidade contra políticas de Bolsonaro

Centenas de pessoas, lideradas por indígenas, protestaram nesta quinta-feira (31) em São Paulo e outras cidades do país contra as políticas do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu não conceder mais territórios a estas comunidades e defende o agronegócio que avança sobre suas terras ancestrais.

As mobilizações fazem parte da campanha “Sangue indígena, nenhuma gota a mais”, do movimento Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

Várias centenas de manifestantes se reuniram ante o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e algumas dezenas em frente ao Ministério da Agricultura em Brasília, comprovou a AFP.

“Natureza furiosa” ou “A vida não Vale nada” diziam alguns cartazes, este último em alusão ao rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, que deixou um balanço provisório de 110 mortos e 238 desaparecidos.

Uma das primeiras medidas de Bolsonaro, que assumiu em 1º de janeiro, foi transferir da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura as funções de demarcação de terras indígenas e o serviço de vigilância florestal, provocando críticas de organizações indigenistas e de defesa do meio ambiente.

A organização de proteção dos povos autóctones Survival International informou em um comunicado que estas medidas foram “praticamente uma declaração de guerra contra os povos indígenas do Brasil” e denunciou que o discurso de Bolsonaro incentivou ainda mais a violência contra os povos originários.

“Encorajados pelo novo presidente e por sua longa história de retórica anti-indígena, os ataques de fazendeiros e pistoleiros contra as comunidades indígenas aumentaram dramaticamente”, informou a Survival.

Segundo a APIB, “dos 209 milhões de habitantes, um milhão são indígenas e vivem em terras que ocupam 12,5% do território do país” e “as terras indígenas (TIs) representam verdadeiras barreiras de proteção à floresta”.

Mas, acrescenta, “no ano passado, o desmatamento na Amazônia aumentou quase 14% em relação ao ano anterior, o maior índice dos últimos dez anos”.

AFP

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