“Inflação brasileira é de custo e não de demanda”, diz economista do Dieese
“A política de juros altos do BC só agrava o problema da população”, entende o coordenador-geral da Contee
“A política de juros altos do BC (Banco Central), [comandada pelo presidente bolsonarista Roberto Campos Neto], só agrava os problemas da população brasileira”, entende o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis.
O Contee Conta, desta terça-feira (28), ouviu e debateu com a economista e representante técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Vivian Machado, sobre a política do Banco Central e os impactos no governo Lula.
Este é o tema do momento, em nível nacional, não apenas do ponto de vista da economia, mas sobretudo da política.
A atual política monetária do BC é de continuidade do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa política sabota o governo eleito em outubro de 2022. “A palavra de ordem é ‘fora Roberto Campos Neto’”, pois esse presidente do BC trabalha para o sistema financeiros e os bancos privados, não para o Brasil, entende o coordenador-geral da Contee.
Inflação de custo
A economista do Dieese explicou que a inflação brasileira não justifica essa alta taxa de juros Selic, já que o País não tem inflação de demanda, mas “de custo”.
Essa inflação de custo está explícita nos altos preços dos combustíveis, alimentos e tudo aquilo que é consumido pela população brasileiro, em particular a mais pobre e vulnerável do Brasil.
E o BC trabalha e tem atuado para justificar a taxa de juros mais alta do mundo (13,75%), como se o País estivesse sob “inflação de demanda”. “Historicamente, a inflação brasileira é de custo, e não de demanda”, explicou a economista.
Inflação de demanda é o resultado ocorrido quando a demanda agregada na economia supera a oferta agregada. “Não existe isso” no Brasil, disse Vivian.
Assista a íntegra da conversa:
Marcos Verlaine