Inflação pode mudar voto da metade dos jovens e de 3 em cada 10 eleitores, aponta Datafolha
Pesquisa indica que simpatizantes de Jair Bolsonaro são mais suscetíveis a mudar a intenção de voto por alta de preços
O aumento da inflação pode mudar a intenção de voto de 3 em cada 10 brasileiros até o dia das eleições presidenciais, que ocorrem no dia 2 de outubro, aponta pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (29) pela “Folha de S.Paulo”.
Entre os jovens de 16 a 24 anos, 51% indicam que mudariam o voto em razão do avanço da inflação.
Na prévia da inflação de maio, os preços acumulam alta de 12,20%. Com o último resultado, são 9 meses seguidos com a inflação anual rodando acima dos dois dígitos.
Para a pesquisa, o Datafolha ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos em 181 municípios nos dias 25 e 26 de maio. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Do total dos eleitores, 12% indicam grande possibilidade de alterar a escolha em razão da inflação, enquanto para 11% essa probabilidade é média, e, para 8%, pequena.
A pesquisa mostra ainda que os simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro são os mais suscetíveis a mudar a intenção de voto por causa da inflação (33%), enquanto entre os que querem votar em Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, apenas 23% estão propensos à mudança.
Desemprego e economia
Os entrevistados avaliaram também a influência da alta do desemprego e da piora da economia na escolha do voto até o dia 2 de outubro.
Entre os simpatizantes de Bolsonaro, uma elevação maior do desemprego não alteraria a intenção de 67%. Já no caso dos eleitores de Lula, 78% dizem que não mudarão o voto caso a desocupação aumente.